COMPARTILHAR NUNCA FOI TÃO NECESSÁRIO COMO NOS DIAS ATUAIS

Em tempos em que tudo tem um custo, custa nada ajudar ao próximo. Próximos de nossa vida, muitas vezes pela liquidez dos dias, tudo passa despercebido. Ficamos míopes para as relações mais próximas de nossa existência. Desde perceber uma noite estrelada ou uma bonita flor que teima em nascer ao meio do cinza das grandes cidades.

Pessoas a todo momento estão ao nosso lado, família, amigos, colegas, vizinhos, seres humanos, que como nós, existem e desenvolvem práticas para sobreviver neste tempo cada vez mais competitivo onde valores individuais valem mais que os coletivos. Disputa-se tudo, tudo tem um preço. 

Qual o nosso “preço”, num mundo de disputas, onde “ter” acaba tendo mais valor do que “ser”?

Na contramão dessa má onda, boas ondas começam também aparecer em muitas partes. Hortas comunitárias livres de venenos, escolas libertárias, artesãos forjando seus sonhos e contribuindo para a construção de uma vida mais responsável consigo e com tudo a sua volta, formas de vidas alternativas se tornam cada vez mais significativas e de resistências. Novas e antigas iniciativas (res)surgem com o benefício de serem divulgadas pelas redes da internet.

Criativas e autênticas, necessárias para a sobrevivência harmônica em diversos tempos e sociedades. 

Como bem nos lembra o poeta carioca José Datrino, “Gentileza gera gentileza”. Nada mais gentil e humano hoje do que compartilharmos nossos talentos, divulgarmos o trabalho ou projeto de amigos e conhecidos, consumirmos de pequenos agricultores e produtores, indicarmos trabalhos e serviços.

Compartilhar nunca foi tão necessário como nos dias atuais, pequenos gestos constroem grandes possibilidades de crescimento individual e coletivo na direção de uma sociedade que deixa de ser um ensaio e possa ser de fato humana.

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Renato Cidrack é professor de História

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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