“A PIOR DAS COISAS É FUGIR OU IGNORAR NOSSOS MEDOS”, LEMBRA O HOMEM DO CAJADO SAGRADO
“Hoje enfrentei os meus demônios mentais e consegui superá-los. Você também pode superar isso. Basta manter-se tranquilo e confiante.”
Estava quase adormecido e ouvi uma voz no meu quarto onde apenas eu me encontrava, deitado em minha cama. Estaria sonhando? Imaginando coisas? Despertei lentamente e vi em levitação o meu velho amigo e conhecido, o Homem do Cajado Sagrado.
Ele repetira exatamente a frase que havia postado na minha conta no Facebook e que ele vira, pois sabe tudo o que acontece na cidade onde moro no que se relaciona à vida das pessoas às quais devota um amor comovente.
— Gostei, pois essa é uma questão que habita os indivíduos que, diferentemente dos outros animais, é marcado por fenômenos que ocorrem em suas nossas mentes, quer queiram ou não! Quantos sonham e têm pesadelos?
— A questão de fundo, Carlos, é o medo que faz parte da natureza humana e, em geral de todos os seres vivos, a velha luta entre as pulsões biofílicas e necrofílicas. Ou, por outras palavras, mais singelas, no pêndulo que oscila entre o desejo de viver e o medo de morrer.
— Meu velho, já estudei isso no curso nas aulas de psicanálise criada por Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista e psiquiatra austríaco que investiu longamente em suas pesquisas sobre o inconsciente humano.
— Menos, Carlos, lembre-se dos leitores de sua revista e pense em ser mais simples em sua linguagem.
— Obrigado pela lembrança, meu velho Amigo! Tenho tentado isso o tempo todo e acho que um dia vou chegar lá. De fato, é sempre bom traduzir assuntos complexos em formas simples de expressão!
— Mas, pare de se recriminar, cada qual tem seu jeito de perceber o mundo e precisa ser respeitado em seus limites!
— A propósito, você viu o sucesso meteórico da “Caneta Azul”. Quer coisa mais singela? É disso que o povo gosta!
— Sim, é uma criação de Manoel Gomes, um baixinho porreta, natural de Balsas, município maranhense a 816 km da capital. O sucesso irrompeu em todo o País, viralizou na internet nos últimos dias. Ele disse que tem mais de vinte e uma mil letras de músicas. É um desses fenômenos que surgem de repente e logo depois desaparecem. Fato muito comum. Ouvi um buxixo de que ele vai se apresentar na praça da Matriz, em Ibiúna, na festa da virada de ano.
— Hi! Mudamos de assunto, do vinho para a água – me repreende o Homem do Cajado Sagrado!
— É verdade! Sobre o que falávamos, meu velho amigo?
— Sobre o medo que existe dentro de cada um de nós em formas de pensamentos que surgem em nossas mentes, muitos dos quais não fazem o menor sentido, quando os encaramos com tranquilidade e confiança, como você escreveu. O resto é festa, “Caneta Azul”, o desejo de divertir-se para quebrar a rotina da vida diária em que cumprimos uma jornada orquestrada pelo tempo e tarefas repetitivas, muitas vezes.
— Certo!
— A sua frase me fez vir até você nesta noite para que você publique, a fim de que todos entendam de uma vez para sempre: “A pior das coisas é fugir ou ignorar nossos medos. Quanto mais os tememos, mais eles se empoderam e dominam nossas mentes e podem nos levar a um sofrimento indescritível.”
— Boa, meu velho! É isso!
Ele sorriu delicadamente, vocalizou um “até mais”.
Refletindo sobre suas palavras, adormeci. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)