OPINIÃO – REPERCUSSÃO DE NOTÍCIA PUBLICADA POR VITRINE ONLINE REVELA PERSPECTIVAS CONTROVERSAS  

Quando redigi a notícia “Ibiúna – Desejo de “ir às ruas”, publicada ontem (22), antevi que provocaria repercussão crítica, pois se trata de um assunto social e politicamente controverso, do ponto de vista da transparência de fatos latentes e desconhecidos do público em geral.

No entanto, a missão de um jornalista não pode se restringir a produzir loas para angariar simpatias e sim revelar acontecimentos que são de interesse da comunidade, sempre atento à busca da verdade que sempre é uma perspectiva relativista, mas alvo dos mais genuínos desejos dos leitores.

Sempre acreditamos que as mulheres irão dominar o mundo, observação central do novo livro de entrevista do sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de livros reconhecidos em todo o mundo.

De Masi prevê em sua mais nova obra que as mulheres irão dominar o mundo até 2030, uma perspectiva alvissareira ou feliz, pois o mundo patriarcal e machista demonstrou ser uma fonte de vastas injustiças sociais, econômicas e culturais.

Em nossa posição, bem mais modesta de sociólogo tupiniquim, há muito tempo já considero essa previsão como uma necessidade imperativa, uma vez que as mulheres poderão dar um novo rumo humanista na história da humanidade.

Trata-se de um processo já iniciado pela sororidade mundial há séculos, pois tanto textos bíblicos quanto filosóficos e políticos tratam as mulheres lamentavelmente como seres menores e alvo de infinitos preconceitos que lhes causam sofrimentos inaceitável por uma civilização saudável.

Preconizamos em vitrine online que se Ibiúna tivesse no Poder Executivo uma mulher teríamos o poder da feminilidade, com sua delicadeza, proteção, sensibilidade e amor ao próximo, instintivo exclusivo dos seres dotados pela natureza do poder da maternalidade, uma conquista inegável em favor da vida. A perspectiva de uma mudança efetiva na administração pública seria muito bem-vinda, portanto.

No entanto, é preciso que haja necessariamente nesse processo um espírito regente de humildade, de reconhecimento da dura jornada pela frente e sejam superadas diversas questões ainda mal resolvidas do ponto de vista de uma visão nítida, corajosa e explícita no mundo real.

Entre os muitos comentários, alguns imbuídos de preconceito, algumas ofensas rasas e impulsivas, que temos combatido constantemente, surge uma luz confirmatória do acerto da notícia. Sim o desejo de “ir às ruas” foi amplamente confirmado e pudemos sentir o alívio de que o medo não interessa a ninguém, somente àqueles que querem nos manipular e que detêm o poder.

Talvez seja oportuno lembrar que o movimento feminista [ação típica da sororidade] contemporâneo surgiu nos Estados Unidos na segunda metade da década de 1960 e se alastrou para diversos países industrializados entre 1968 e 1977. A principal reivindicação do movimento feminista contemporâneo é a luta pela libertação da mulher. E, incluíamos também os homens perdidos na complexidade de um modo de produção econômica que gera desigualdades gritantes, desempregos e infinitas injustiças, além de uma grande quantidade de doenças psíquicas e físicas. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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