CORONAVÍRUS – “NÃO HÁ RAZÃO PARA PÂNICO”, AFIRMA DRAUZIO VARELLA
Depois que foi confirmado o primeiro caso do coronavírus no Brasil, que provoca a doença Convid-19, grande parcela da população entrou em pânico, realizou uma corrida às farmácias, zerando o estoque de muitas delas, em busca de álcool gel e máscara cirúrgica.
O Dr. Drauzio Varella, em seu Portal de Saúde, esclarece que não há motivo para pânico:
“O paciente, um morador da cidade de São Paulo de 61 anos, contraiu o vírus na Itália, onde esteve entre os dias 09 e 21 de fevereiro, quando chegou ao Brasil. No dia 23/02, iniciou quadro clínico de febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Ao procurar o serviço de saúde, fez o exame específico para o vírus, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência, e obteve resultado positivo em 26/02/20.” E prosseguiu:
“Os primeiros casos de Covid-19 surgiram em Wuhan, província de Hubei, na China, em dezembro de 2019. Hoje, dia 27 de fevereiro, a ordem se inverteu: o número de casos novos diários é menor na China do que na somatória dos demais países. No momento, foram confirmados 82.736 casos, com 2.817 mortes, em 50 países. O Brasil investiga 20 casos suspeitos, mas outra vez, não há motivo para alarme, pois todos os casos estão sendo acompanhados pelas autoridades em saúde.”
Mas por que o vírus assusta tanto, se mais de 80% das pessoas que o contraíram apresentaram somente sintomas leves?, pergunta o médico.
De fato, não há razão para perder a calma. Um estudo realizado pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CCDC) mostrou que apesar de ser altamente contagioso, a taxa de mortalidade geral de Covid-19 é de 2,3%. A maioria dos casos fatais foi de pessoas com mais de 60 anos e/ou com doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes e doença cardiovascular.
Ainda segundo o estudo chinês, a taxa de mortalidade varia muito de acordo com a faixa etária. Entre pessoas com menos de 40 anos, por exemplo, a taxa é de 0,2%, mas ela aumenta para 14,8% entre aqueles com mais de 80 anos. Não houve nenhuma morte em crianças com menos de 10 anos.
MEDIDAS PREVENTIVAS
As medidas de prevenção são as mesmas de outras infecções respiratórias, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia:
- Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool gel 70%;
- Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos;
- Evitar contato próximo com pessoas doentes;
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável;
- Ficar em casa e evitar contato com pessoas quando estiver doente;
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal (talheres, pratos, copos ou garrafas);
- Manter os ambientes bem ventilados.
O uso de máscaras cirúrgicas como medida preventiva também não está indicado para a população em geral. Segundo o Ministério da Saúde, só devem utilizá-las pacientes suspeitos e seus cuidadores; profissionais de saúde; e trabalhadores de aeroportos e portos que recebem pessoas de fora do país.