CORONAVÍRUS E O MEDO PLANETÁRIO DA MORTE
A dimensão planetária dos reflexos provocados pela descoberta de um vírus na China e sua migração e contágio pelos continentes, o que deu ao vírus o status de pandemia [do grego pan = tudo/todos + demos = povo], por sua disseminação entre todos os povos, provocou igualmente o maior fenômeno de comunicação visto até hoje no mundo em decorrência de uma afetação perigosa e letal em determinadas circunstâncias.
Desde sua detecção em Wuhan, na China, em dezembro, até este domingo (15) o vírus [do latim = ‘veneno’ ou ‘toxina’, pequeno agente infeccioso, para o qual não há remédio conhecido, vem causando a maior segregação social já vista na história moderna.
O medo do desconhecido envolvendo essa natureza de grave ameaça à vida humana fez com que o planeta adotasse as mais rígidas medidas de caráter preventivo com o objetivo de proteger as pessoas sem saber exatamente que ciclo de ascensão e declínio terá o comportamento dessa virose.
As vozes das autoridades médicas coincidem em alguns pontos e divergem em outros, mas muitas são aquelas que orientam para que os indivíduos ajam com bom senso e não se desesperem e não entrem em pânico, explicando que não há razão para isso.
As orientações práticas relacionadas a higiene pessoal e voltadas a procedimentos de bom senso nas relações interpessoais são dadas à exaustão pelas mídias dos grandes veículos e pela internet, ainda que grande parcela da população sofra sérias restrições como não ter acesso a água tratada ou mesmo produtos de higiene.
As ruas e praças de países desenvolvidos da Europa estão vazias. As pessoas são obrigadas por leis a permanecerem em suas casas e somente saírem em caso de extrema necessidade como adquirir medicamentos ou alimentos. Fechamento de fronteiras, cancelamentos de voos, proibição de entrada ou saída de países. As atividades em igrejas, templos, estádios de futebol, escolas e outros locais em que possa haver aglomeração e contágios estão suspensas ou em processo de suspensão por diferentes períodos, pois se acredita que o pico da força do vírus deve durar alguns meses.
Os impactos do novo coronavírus [Convid-19] atingem todos os setores da existência humana, incluindo a economia em escala mundial. Será preciso em algum momento verificar, como ocorre nas guerras, quem ganhou e quem perdeu no rastro de uma doença que surpreendeu o mundo.
O presidente da nação mais poderosa do mundo, Estados Unidos, Donald Trump, decretou hoje, 15 de março, Dia da Oração, evocando o poder da fé para conter a propagação do vírus entre o povo norte-americano, como estão fazendo muitos religiosos, evocando a proteção de Deus ou de santos de devoção, como São Sebastião, no município de Ibiúna, que não sofrera nenhuma morte durante a Gripe Espanhola e se tornou protetor do município.
Em 1918, um tempo histórico diverso da atualidade, a chamada Gripe Espanhola matou no mundo, segundo dados históricos, entre 50 e 100 milhões de pessoas em todo o mundo. A ciência da época não contava com o suporte tecnológico e médico da atualidade. Nem mesmo antibiótico havia, então.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o número de mortos era tanto que cemitérios passaram a funcionar 24 horas e os cadáveres eram empilhados. No Rio, a polícia passou a arregimentar homens nas ruas para substituir coveiros que haviam se infectado.
O coronavírus não será o último agente infeccioso a afetar a humanidade ou determinadas regiões. Alguns especialistas, como o dr. Anthony Wong, pediatra e diretor do Hospital da Criança do Hospital das Clínicas da USP, disse acreditar que há um “pânico desnecessário” e para muitas pessoas, incluindo crianças e jovens e adultos jovens, ou não idosos, o coronavírus não passará de uma gripe comum ou nem isso.
O Programa do Faustão deste domingo (15), pela primeira vez sem plateia na história, foi aberto com a participação de um médico infectologista e o filósofo, Mário Sérgio Cortella, para prestarem orientação e esclarecer dúvidas dos telespectadores.
“As pessoas não devem temer o vírus, mas também não podem desprezá-lo como se fosse um fato que possa ser deixado para lá, como se estivessem livres de infecção”. Cortella usou a palavra “ignorância” como o maior inimigo de tudo aquilo que requer conhecimento e conduta dos especialistas, no caso médicos infectologistas e outras autoridades do sistema de saúde.
Permanecer em casa, em vez de sair e entrar em contato próximo com outros indivíduos, repõe a ideia de que o lar continua é o melhor lugar do mundo para a vida em família e também o mais seguro em muitas situações como a que vivemos neste exato momento. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)