VITRINE ONLINE É UMA NOVA PROPOSTA DE JORNALISMO PARA A CIDADE DE IBIÚNA
Quero expor claramente aos leitores da revista vitrine online que há, nela, um propósito, uma razão: propor para a cidade de Ibiúna um novo jornalismo – no mínimo diferente do tradicional – e assim contribuir para a formação de nova cultura de informação, consciente, responsável, autônoma e livre de camisas-de-força obsoletas e ultrapassadas. Vejo na juventude a possibilidade dessa comunhão de ideias que funcionam como chaves do futuro. Como aconteceu ao longo da história da humanidade, os jovens sempre buscaram ancoragem nas expressões artísticas. E, acreditem, eles estão intuitivamente certos. As artes de modo geral, o teatro, a literatura, a música, em particular, são meios universais que apontam para a transcendência e a liberdade.
Ser jovem é isso mesmo: enxergar o mundo de modo diferente, agir nesse mundo de maneira diferente. Mas diferente de quê? De tudo aquilo que o espanta e o imobiliza para livrar-se de modelos do mundo superados e injustos. Ser jovem é sentir nojo não da política, mas dos políticos sem escrúpulos, vampiros impiedosos do sangue do povo; ser jovem é amar a justiça, a liberdade, o sonho, a realização. Ser jovem é ensaiar para interpretar em um novo palco, já que tanto a vida como a arte são breves.
É tão risível ver um político que mal sabe falar, fazer tão bem a transferência do bem comum para seu bolso, cinicamente. É inaceitável assistir passivo às situações ridículas interpretadas por senadores, deputados, mancomunados com empresários, e saber dos milhões e milhões de reais desviados do que seria o fluxo de riqueza produzida por milhões de trabalhadores brasileiros. Caras-de-pau se especializam, e agem em grupo, para tirar proveito de uma grande organização chamada Brasil. E o problema é bem maior do que enfiar as notas dentro de cuecas e de meias. São bilhões de reais por ano, como já havia apontado a revista Veja.
E, quando se lançam as luzes sobre a sociedade real, se percebe o resultado perverso de uma tragédia nacional: na saúde, na educação, no emprego, na segurança, na violência fora de controle, na mobilidade, na ecologia. Resumindo, pratica-se uma canibalização indireta. Vivem os privilegiados do sistema à custa daqueles que são “comidos” no sofrido dia a dia, na espera para serem levados a quilômetros de distância para conseguir um atendimento médico especializado. Na ida e na volta se alimentam de salgadinhos e bolachas para aliviar a forme. O programa Mais Médicos é um eloquente testemunho da falência e da incompetência dos governantes em cuidar da saúde do País. Só depois das grandes manifestações de junho o Governo Federal “acordou” para o problema da falta de médicos. A solução dada é temerária. Por falta de atenção mínima, morre-se nas filas de espera por atendimento, por falta de procedimentos médicos, por falta de medicamentos.
A grande escola de Brasília, interpretada dentro das formas côncava e convexa do Congresso Nacional, se reflete sobre todo o País como mal exemplo para políticos, iniciantes ou cobras criadas, de milhares de municípios. Quem se habilitar a pesquisar os registros do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo – e estamos falando do mais importante estado brasileiro – vai se surpreender com o número de políticos impedidos de tomar posse, com ou sem recurso, para os cargos de vereador e de prefeito. E isso ocorre no mínimo por má conduta moral e ética. Ou ganância. Resumindo: o que falta de vergonha aos políticos sobra nos cidadãos de bem que ainda não descobriram o poder soberano que têm de mudar tudo isso. Lembre-se, na hora de votar. A esperança, repetimos, está, mais uma vez, na nova geração, nos jovens e no modo de sua compreensão e participação da vida política. Não são jovens apenas aqueles que têm pouca idade, mas os que têm juventude em suas mentes. Política não é coisa só de político. Pensar assim é um grande equívoco. É uma séria questão a ser tratada por todos os cidadãos, para que não continuem caindo indefinidamente no truque da chamada “propaganda enganosa”. O ano que vem tem novas eleições. Não se deixe mais enganar pelos políticos e ponto.
Carlos Rossini é editor
da revista vitrine online