COVID-19 – DÓRIA LIBERA CULTOS EM TODAS AS IGREJAS

Com a imagem de homem público extremamente desgastada, o governador João Dória, de olho nas eleições presidenciais de 2022, assinou hoje (1º) decreto que classifica as igrejas como atividades essenciais em todo o Estado de São Paulo durante a pandemia da covid-19.

O texto que deverá ser publicado nesta terça-feira (2) no Diário Oficial do Estado traz a seguinte justificativa: “a fé exerce papel fundamental como fator de equilíbrio psicoemocional à população”.

Com essa decisão com tonalidade política mais do que evidente, Dória contradiz toda a sua conduta inspirada na palavra da ciência e dos especialistas médicos, relacionadas a medidas rigorosas para conter o crescimento da pandemia.

Ela acontece exatamente no momento em que os leitos de UTIs, tanto nos hospitais públicos quanto privados, estão no limite de sua capacidade, devido à alta do número de contaminações e os especialistas médicos pedem medidas mais enérgicas para enfrentar a pandemia.

Parece ter razão a população que faz pedidos aos santos e a Deus para que a proteja. Não bastasse a escassez de vacinas, como as pessoas podem entender que encontros de fiéis não se enquadram na categoria de aglomerações, ainda que sejam tomados todos os cuidados sanitários.

Muitos pensarão que poderão continuar sem usar máscaras, terem contatos próximos e, por que não?, participar de baladas e pancadões. O governador paulista parece ter se rendido à necessidade de se recuperar do imenso desgaste de sua imagem pública. Que Deus nos proteja! (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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