PANDEMIA ESCANCARA A FRAGILIDADE HUMANA

Dá pena de ver o estrago radical que a pandemia por covid-19 já causou e vem causando na humanidade e, de modo particular, por incompetência, negligência e irresponsabilidade das autoridades federais, no Brasil que é o segundo no ranking mundial por óbitos somente batido pelos Estados Unidos. Também pela inconsequência de um presidente que, felizmente, foi defenestrado, ainda que tardiamente.

A dor nossa de cada dia, na forma de sofrimento atroz por asfixia e mortes às pencas, já na casa das 280 mil, com tendência de chegar aos 400 ou 500 mil em maio, segundo previsão de especialistas em doenças contagiosas virais.

Sim estamos com medo coletivo jamais visto nos últimos 100 anos, alguns em pânico e não é para menos, as contaminações não param de crescer em todo o país, enquanto a vacinação, mais uma vez por estupidez do governo federal, segue a passos de tartaruga, tendo coberto até agora uma pequena parcela da população total estimada em 210 milhões de vidas.

Quando sentimos medo, e este pode ser variável em intensidade, até levar ao desespero e descontrole emocional total, somos acometidos por pensamentos ruins, negativos, destrutivos. Perdemos o senso de realidade objetiva, sobretudo quando ainda estamos lidando com o desconhecido e cruel cenário de dor, sofrimento e morte.

Larga parcela da população, mas não somente as classes mais desvalidas cultural e economicamente, mas pessoas privilegiadas em termos de confortos materiais e posse, continua cometendo uma espécie de suicídio enrustido na forma de busca ao prazer imediato em orgias regadas a álcool ou a outras modalidades de drogas que cancelam os princípios elementares da razão e do respeito pela vida.

Estamos cada vez mais isolados e nos sentindo inseguros social, econômica e psiquicamente, como se nossas casas, nossas cidades e nosso país e as outras pessoas fossem ETs e não seres humanos.

Definitivamente não é hora para pensamentos covardes ou de bravatas infantis, mas de solidariedade humana, diria mesmo de tomarmos altas doses de amor uns pelos outros, porque estamos vivendo como se estivéssemos numa guerra mundial para defender a vida de cada um e de todos.

Diante desse cenário trágico precisamos mais do que nunca de nos libertar da ignorância que tem atravessado séculos e nos tornado menos do que um indivíduo, apenas uma parte dele, às vezes corpo outras mente, mas sem espírito, que nos faz sentir vazios e incompletos. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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