QUANDO A HOMOFOBIA MATA, HÁ ALGO MUITO ERRADO NA SOCIEDADE

Um adolescente de 16 anos pôs fim à vida na terça-feira da semana passada por ter sido alvo de comentários homofóbicos depois que ele, numa brincadeira de adolescente, postou um vídeo em uma rede social  simulando um beijo em um amigo.

É impressionante como a hipocrisia social se mantém em forma de um infinito número de preconceitos de modo geral contra a vida, o respeito, o humanismo.

É preciso que a sociedade acorde antes que muitas outras vidas se percam pelo medo que as pessoas têm umas das outras pelos mais diversos motivos, incluindo a questão da sexualidade. Então comecemos a refletir de modo sério e responsável sobre esse tema da maior relevância existencial.

HOMOFOBIA

Se você, leitor, procurar no dicionário vai ficar sabendo que homofobia é rejeição ou aversão a homossexual ou homossexualidade.

Se for buscar o significado dessa palavra descobrirá que sua origem é grega. Homo significa “igual” e “phobus”, medo. No fundo, homofobia, como se vê, é medo daquelas pessoas que tendem ou praticam relacionamentos sexuais com pessoas do mesmo gênero.

E como ela se manifesta?

Por uma série de atitudes e sentimentos negativos, discriminatórios ou preconceituosos em relação a pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo ou gênero, ou percebidas como tal. As definições para o termo referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional. 

E, claro, basta ver os assassinatos de homossexuais estampados nas emissoras de televisão e nos jornais para se constatar o quanto o medo-ódio leva à pratica de mortes cruéis e brutais no mundo.

Embora no Brasil não exista lei que criminalize comentários homofóbicos, como ocorre no caso de preconceitos raciais manifestos, podem se considerar desumanas todas as atitudes de ódios verbalizados, escritos na internet ou por outros meios, assim como os crimes bárbaros cometidos envolva uma criança, um adolescente ou um adulto.

NA MADRUGADA

O corpo do adolescente foi encontrado de madrugada na casa de sua mãe, uma cantora de forró, em Natal, no Rio Grande do Norte, mas poderia acontecer em qualquer outro lugar onde o preconceito, o medo e o ódio se manifestam.

A mãe deu a notícia em prantos, “perdi o chão”, disse, e agora só lhe restará a dor da ausência do filho e a esperança de que esse fato seja considerado pela sociedade de modo que não se repita com outras famílias. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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