O QUE VOCÊ PENSA QUANDO ALGUÉM LHE DIZ: “TENHA PACIÊNCIA?”
Paciência é definida como uma virtude do ser humano baseada no autocontrole emocional, ou seja, quando um indivíduo suporta situações desagradáveis, injúrias e o incômodo de terceiros sem perder a calma e a concentração. A paciência é principalmente baseada na tolerância com os erros alheios ou diante de situações e fatos indesejados.
O que é preciso para ter paciência? Responder “sim” àquela pergunta? E pronto! Você passa a tolerar todas as provocações que lhe são feitas todos os dias?
Há pessoas que, por natureza, são mais calmas, mais lentas nas respostas dadas aos acontecimentos da vida. São afortunadas. São mesmo?
E se eu te disser que nem sempre podemos ser pacientes? Isso acontece porque nossos estados mentais (sensações, crenças, desejos, emoções, percepções, intenções) muitas vezes são condicionados por atividades bioquímicas que ocorrem em nosso cérebro e que isso acontece fora do nosso controle racional.
Essa informação é baseada em descobertas experimentais no campo das neurociências.
Quantos dos milhares de pensamentos temos em um dia você se recorda? Poucos, né? Talvez os mais relevantes em suas relações com os outros ou dois ou três, talvez os resultados de um exame médico ou a esperança de ganhar na loteria, depois de arriscar um palpite decorrente de um sonho. Por que não?
A Bíblia também fala da paciência, da resistência, perseverança, bondade, condescendência, de ter calma e saber esperar na fé.
O termo inclui a capacidade de persistir numa atividade difícil, mantendo uma ação tranquila e acreditando que irá conseguir o que quer, de esperar o momento certo para tomar certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade.
Olha só que interessante! A origem de paciente é a palavra sofredor, derivada do latim patiens, de patior, que significa sofrer. A palavra paciente também carrega o significado de “paciente é aquele que espera”, uma pessoa que precisa de cuidados médicos. É também a denominação mais comum e antiga entre o meio médico.
Agora que eu partilhei com você um resumo sobre essa magnífica virtude, diga uma coisa: é possível ser paciente com um governo como o nosso? Como é possível manter a calma desempregado, sem dinheiro para comprar alimento, gás para cozinhá-los ou enfrentar os sucessivos aumentos dos combustíveis, dos alimentos que sobem num ritmo impressionante? Como manter a calma diante das marotagens dos políticos que cuidam dos seus interesses e o povo, ora o povo! Como ser paciente com o afrontoso desrespeito à população e mais de 600 mil óbitos por conta da pandemia e da estúpida obtusidade do governo federal?
No entanto, é por causa desse horizonte sombrio, que devemos mesmo nos esforçar para termos paciência, porque nós não merecemos tanta maldade, manipulação desavergonhada e absurda.
Por mais sórdida que seja a situação em que nos encontramos, tudo isso terá um fim, mas aí a palavra é outra: esperança, mas para sustentá-la precisamos despertar nossa consciência e deixar bem claro: nós não acreditamos em suas mentiras. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)