IBIÚNA – PROCURAM-SE VEREADORES NA RUA GUARANI

Impressiona observar que até o momento – a despeito de diversas publicações que vitrine online em formato de vídeo e de notícia e de centenas de reclamações dos usuários – mostrando o sofrimento da população que toma ou desce de ônibus na Rua Guarani nenhum vereador tenha adotado essa causa da maior importância social.

Vitrine online tem como missão profissional estar ao lado da população e de suas necessidades, ainda que não nutra nenhum desejo de que a atual administração pública de Ibiúna não dê certo. Ao contrário, se ela começar a acertar nas medidas em respeito à população será naturalmente reconhecida nesse feito.

Ocorre que os vereadores, como é facilmente observável, uns mais outros menos, alguns exageradamente, já de olho na reeleição, têm feito de tudo para aparecerem como fiscalizadores dos atos do Executivo. Ora ao lado de uma máquina de terraplenagem, ora ao lado de uma estrada com um tanto de brita espalhada sobre a terra e mais frequentemente do barro, eles se exibem como protagonistas ou coadjuvantes de obras públicas perante seu eleitorado.

Isso ocorre porque existe uma moeda de troca política que sustenta a base do governo na Câmara, em troca de apoio parlamentar aos projetos de interesse do Executivo. É o tradicional “é dando que se recebe” cuja abrangência de compromissos mútuos nunca é transparente e revelada. É entre quatro paredes que os acordos são estabelecidos.

Mas a pergunta está de pé: por que nenhum vereador, até agora, foi à Rua Guarani para testemunhar o grande sofrimento da população, como a revista vitrine tem feito habitualmente, e se colocarem abertamente em defesa dessa mesma população que o elegeu?

Até mesmo pessoas que não dependem de ônibus para se mobilizarem estão compadecidas com a situação de crianças e idosos que têm que se submeter a uma situação que já dura mais de oitenta dias.

Ali, debaixo de sol, de chuva, de buracos enormes, de barro, de sujeira, as pessoas aguardam os ônibus sentados nos degraus das lojas que se localizam na Rua Guarani, no meio fio, entregues à própria sorte.

Tomara que surjam vereadores heróis para defenderem seus patrícios.

Como o governo costuma obsequiar os edis com pronto atendimento, oxalá, esteja aí a solução tão aguardada. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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