POR QUE TANTA VIOLÊNCIA CONTRAS AS MULHERES?
“Assim vão acabar com as mulheres”, disse uma mulher ao ver no Facebook a notícia da morte de uma mulher, um acontecimento cada vez mais banal. É claro que isso não acontecerá, mas a violência, desde expressões agressivas, espancamentos e assassinatos de mulheres, são fatos cada vez mais assustadores pelo número e frequência de atos brutais praticados por homens.
É preciso perguntar: por que tanta violência contra mulheres? Por que esse machismo truculento e covarde como se isso fosse um acontecimento normal. Não é.
Ontem, na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, uma atendente de 26 anos na lanchonete da rede Subway, foi morta a tiros e sua colega, de 24 anos, foi ferida por um homem de 36 anos. Motivo: o homem pediu um sanduíche e não gostou porque veio com muita maionese.
Em Poconé, no estado de Mato Grosso, uma funcionária pública de 33 anos foi morta com quatro tiros, quando saia de uma festa em um bar de Poconé. O assassino, 37, foi preso. Quando percebeu a presença de policiais na quitinete onde estava, ele tentou tirar a própria vida com a arma que teria sido usada no crime. Ele escreveu uma mensagem no WhatsApp: “Eu matei meu amor da minha vida.”
Na noite da última sexta-feira (24), em Brasília, uma motorista de aplicativo precisou pular do carro em movimento para escapar de um passageiro que acabara de violentá-la sexualmente, na região de Riacho Fundo. O homem foi preso em flagrante na região do Gama. Ele que estava no banco de trás anunciou um assalto pedindo dinheiro e pulou para o banco da frente, pouco depois de entrar no veículo.
Na cidade de Mongaguá, no litoral sul de São Paulo, depois de sofrer abuso praticado por seu pai durante anos, aos 16 anos resolveu contar à mãe o que vinha acontecendo. Numa carta ela escreveu que o pai a estuprava constantemente e ameaçava matá-la e ao seu irmão caso ela contasse a alguém sobre o que acontecia. A mãe fez a denúncia à polícia e o homem de 57 anos confessou os abusos e teve a prisão decretada.
No Creas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município, a adolescente declarou que vinha sendo vítima da violência sexual por parte de seu pai desde quando ela tinha 5 anos de idade.
Esses quatros casos, divulgados pela grande imprensa, é uma pequena amostra da gravidade generalizada de ataques brutais às mulheres de todas as idades, com uma quantidade impressionante de assassinatos de mulheres quando decidem encerrar um relacionamento insatisfatório com seus parceiros. O que sentem esses homens que, sem piedade, assassinam mulheres como se elas fossem propriedades deles e tivessem poder de vida e morte sobre corpos femininos?
Recentemente, um procurador da cidade de Registro, no interior de São Paulo, espancou com socos e pontapés a procuradora que era chefe dele. Ela declarou ter pensado que ia morrer ante a brutalidade do seu subordinado que, como se informou, tem sérios problemas de se relacionar social e profissionalmente com mulheres. Ele foi preso.
Essa notícia viralizou instantaneamente fazendo com que até o governador paulista determinasse à polícia civil que o prendesse, o que aconteceu horas depois da violência praticada.
Dados/Estatísticas, divulgados pela Organização Panamericana de Saúde:
1 em cada 3 mulheres em todo o mundo sofreram violência física e/ou sexual por parte do parceiro ou de terceiros durante a vida
42% das mulheres vítimas de violência por parte do parceiro relatam lesões como consequência da violência
30% das mulheres que estiveram em um relacionamento relatam ter sofrido alguma forma de violência física e/ou sexual na vida por parte de seu parceiro
20% das mulheres relatam terem sido vítimas de violência sexual na infância