APESAR DA VIOLÊNCIA, AÇÃO DA TURBA EM BRASÍLIA FRACASSA

Simbolicamente, um grupo de pessoas insanas, fanatizadas, patrocinadas e teleguiadas a distância praticou ataques jamais vistos antes na história do Brasil contra três instituições que formam os pilares da democracia: os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.

Não apenas a sociedade brasileira intocada pelas nefastas influências bolsonaristas e necrofílicas assim como o mundo reagiram com surpresa e perplexidade pelas cenas de vandalismo explícitas, que provocaram danos reais ao patrimônio físico e cultural da nação.

Aconteceu no domingo, dia 8, e foi praticada por gestos de bandidagem por aqueles que se encontravam há tempos acampados em frente ao quartel geral do Exército em Brasília, muitos foram trazidos por dezenas de ônibus na véspera.

Se o objetivo da ação fosse provocar um golpe, com a derrubada do novo governo federal recém-empossado e dar um golpe mortal na democracia, todos fracassaram. O golpe não aconteceu e a democracia saiu mais fortalecida, assim como o bolsonarismo  assinou sua sentença de morte, já que muitos, diante dos acontecimentos nefastos, passaram a repelir esse comportamento de violências e destruição generalizadas, como se viu.

A responsabilidade do governo do Distrito Federal, afastado das funções por noventa dias, dos vândalos, centenas dos quais foram presos e, também dos patrocinadores desses atos também em outros lugares do Brasil deve ser apurada rigorosamente assim como punidas com as letras da lei.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que a Polícia Federal já detectou financiadores desses atos em 10 estados, muitos dos quais ligados (os maus) ao agronegócio, mas não só desse setor, os mesmos que se aliaram e apoiaram o governo de Bolsonaro.

Além das janelas e portas, e uma infinidade de objetos destruídos nas instalações dos três poderes, e houve quem urinasse ou defecasse nesses lugares, houve danos em obras artísticas e peças de valor histórico. Veja alguns exemplos:

O painel “As Mulatas” de Di Cavalcanti, localizado no salão nobre do Palácio do Planalto, sofreu pelo menos seis perfurações. A escultura “A Bailarina”, uma peça em bronze de Victor Brecheret, de 1920, foi roubada, assim como um exemplar raro da Constituição brasileira. No Superior Tribunal Federal uma imagem de Cristo foi retirada da parede e jogada no chão.

O ataque com características terroristas, apesar de tantos danos, fracassou. A nação brasileira é muito maior do que (já que estamos sob o signo do Janeiro Branco, que diz respeito à sanidade mental da sociedade) grupelhos ensandecidos comandados à distância por pessoas ferozes que não aceitam a ideia de terem perdido uma eleição legítima e democrática.

A paz de cal sobre os decaídos foi lançada ontem à noite, quando os governadores de todos os estados brasileiros, sem nenhuma exceção, assim como os prefeitos das cidades brasileiras, representada pelo presidente da entidade em torno da qual se reúnem, além dos presidentes da Câmara Federal e do interino do Senado Federal e do Superior Tribunal Federal (STF), que foi atacado com maior violência, além de ministros do novo governo.

Em suma, houve unânime e explícita manifestação de apoio ao novo governo do Brasil, da mesma forma como foi manifestado por diversos países, preocupados com a manutenção do regime democrático no contexto mundial.

Na reunião realizada no Palácio do Planalto, todos concordaram com o fato de que defender a democracia brasileira é a melhor forma de abrir as portas de um futuro melhor para a nação. A ninguém deve interessar o caos de uma turba enraivecida e acéfala. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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