IBIÚNA – BIBLIOTECA SEM LIVROS, RODOVIÁRIA SEM DATA
Talvez no afã de cativar os eleitores como merecedores dos votos que receberam, o atual governo da cidade de Ibiúna, em comemoração ao 166º aniversário da cidade, completado no dia 24, reinaugurou a Biblioteca Municipal “Monteiro Lobato”, no centro da cidade, sem conter os principais elementos que justificam sua existência: os livros.
Ok. Talvez tenhamos que considerar e reconhecer provisoriamente que as paredes e os tetos fazem parte da biblioteca, no que estará certo. Mas bem que poderia aguardar um pouco mais, instalar prateleiras e recheá-las de lombadas, aí, sim, teríamos uma inauguração em seu sentido literal.
Mas é muito provável, se não fosse assim, estaríamos diante de um despropósito, que, muito em breve, milhares de livros serão disponibilizados naquele local para a população de modo geral e aos estudantes, de modo particular.
“Só Ibiúna para fazer uma coisa dessas”, comentou uma professora, ao tomar conhecimento desse fato; um homem disse que isso “é uma vergonha”. Mas, talvez, devamos considerar que isso tenha acontecido porque, afinal, foram tantas as reinaugurações e inaugurações que pormenores como o aqui relatado não tenham sido considerados relevantes, afinal, quem se preocuparia com esse detalhe: não ter livros em uma biblioteca reinaugurada.
RODOVIÁRIA

Havia na mente de algumas pessoas mais otimistas a expectativa de que a Prefeitura, nas ações de uma “força tarefa” extraordinária, (re)inauguraria a rodoviária da cidade que entrou em reforma no dia 20 de novembro de 2021 e que, até agora, não foi concluída. O principal reflexo dessa realidade é que a população se encontra há 17 meses confinada em uma estreita calçada na Rua Guarani para onde foram transferidos os pontos de ônibus que operavam na rodoviária. Esse tempo todo, os usuários desse meio de transporte estão submetidos às variações climáticas, ora debaixo do sol escaldante, ora do frio e ora das chuvas, que foram intensas nos últimos meses.
Vitrine online apurou hoje que ainda falta muito para as obras serem concluídas. Neste momento, é fácil ver da rua, instalam-se placas de gesso no forro da rodoviária; o piso da parte coberta já recebeu uma camada de cimento e a parte baixa das paredes já recebeu uma demão de tinta; não podemos informar se as redes elétrica e hidráulica já foram instaladas; falta também a caixa d’água e o piso externo que deverá receber camada asfáltica.
Poucos meses depois que a Caixa Econômica Federal [conforme publicamos] cancelou o montante de R$ 3 milhões dos recursos disponibilizados para essa obra, o chefe do Executivo local informou então que ela seria feita de forma mais rápida, porque seria tocada com recursos próprios.
Se isso se tornasse realidade, certamente, a (re)inauguração da rodoviária seria a grande estrela da programação festiva do aniversário da cidade, o que não ocorreu, enquanto alguns, ouvidos por nós, dizem crer que a população ainda vai penar esperando os ônibus na Rua Guarani, debaixo de sol ou chuva.
Na ocasião, ele disse que havia um “excesso de arrecadação” que isso garantiria agilizar os serviços. Anunciou uma data, depois outra [seria em dezembro de 2022] para a conclusão, mas isso não aconteceu e o tempo foi passando. Estamos em março de 2023.
Na semana passada, usando os canais apropriados, vitrine online solicitou à Prefeitura que autorizasse uma visita jornalística às obras da rodoviária. Como havia muitas tarefas relacionadas à programação de aniversário, a revista hoje (27), voltou a entrar em contato com o Executivo, desta vez resumindo tudo a apenas uma pergunta encaminhada: qual é a previsão da data da (re)inauguração da rodoviária? Afinal, a população merece conhecer os propósitos da administração pública, sobretudo o que se refere à mobilidade pública.
Não recebemos retorno, até o momento em que essa notícia era escrita. (C.R.)