IBIÚNA – NUVENS DE PÓ DE BRITA SUFOCAM MORADORES NA ESTRADA DA CACHOEIRA

Moradores em trechos da Estrada da Cachoeira já sentem irritação da garganta, espirram e tossem em decorrência de sucessivas e densas nuvens de pó de brita que se espalham pelo ar em decorrência dos reparos que estão sendo feito ali, para corrigir os defeitos do recapeamento da estrada concluído em novembro de 2022.

Em suma, a construtora contratada pelo Clara Ibiúna Resort para fazer o recapeamento daquela via não conclui os serviços de reparo em diversos trechos onde buracos preenchidos com pedras se encontram abertos sem receber a camada de massa asfáltica.

Resultado: com os atritos pela passagem de carros, caminhões, ônibus o pó de brita levanta e se espalha em todas as direções. As plantas mais próximas da estrada estão esbranquiçadas pelo pó.

Com o calor e a falta de vento, a situação está cada vez mais crítica.

As janelas de uma casa, assim com todos os móveis do interior estão cobertos de pó, “e não adianta fazer limpeza que logo em seguida a poeira está de volta”, disse uma dona de casa.

Não adianta limpar: o pó invada a casa e cobre todos os móveis

O QUE DIZ O RESORT

A obra do recapeamento feita pela TDF, empresa com sede em Barueri, foi concluída em novembro do ano passado. Dois meses depois, já apresentava inúmeros problemas, como afundamento, trincas, esfarelamentos.

A construtora começou a fazer remendos em diversos pontos da estrada, mas não concluiu o serviço, deixando diversos retalhos. Mesmo os remendos feitos aparentam ser de má qualidade.

Neste momento, há apenas cinco ou seis funcionários varrendo as guias e aparentemente não se sabe quando os recortes serão preenchidos com massa asfáltica.

Vitrine online já procurou, em outra ocasião, contatar um dos sócios da construtora que simplesmente escreveu: “Nada a comentar”. Hoje tentou novo contato telefônico sem retorno.

“RENDA E EMPREGO”

Considerando que o Clara Ibiúna Resort é a contratante, devendo exigir do seu fornecedor prestação de serviço de qualidade, vitrine online tem enviado reiteradas mensagens por WhatSapp para uma diretora do hotel, sem, contudo, obter uma resposta positiva sobre a situação.

Ela até mesmo parece ter se aborrecido com nossa insistência, tendo escrito: “…porque a única (?) que tenho tido e injetado dinheiro e administrado a problemática que atinge o Sr., o hotel, o hóspede, Ibiúna”. [O Resort, como já noticiamos, já pagou à Construtora TDF R$ 15,5 milhões]

E emendou: “Fico à disposição para quaisquer outros assuntos”.

Mas, entendemos, que se equivocou ao dizer: “Pó na casa de alguns moradores e em nossos quartos e áreas do hotel. Mas, renda e emprego ao município”.

Ninguém está questionando, pelo contrário, os benefícios que o Resort trouxe no campo de empregabilidade e do turismo para o município, a questão já é de saúde pública.

Inúmeros buracos profundos foram abertos e cobertos de brita, sem receber massa asfáltica

PANO DE FUNDO

O que parece ser o pano de fundo do problema é que o hotel não estaria conseguindo da construtora a atenção devida para a solução dos problemas. O resort chegou a dar prazos para a construtora fazer os reparos sob condição de abrir um processo judicial.

O fato é que a estrada com 10 km está em péssima situação de tráfego em vários trechos.

Em um dos contatos a diretora escreveu “o sr. tendo soluções me procure”. “tem um cronograma, não estando resolvido até o final voltamos a falar”. E esse é o ponto xis da questão. Exatamente hoje (dia 22.9.2023) os serviços estão paralisados, o que significa que até o final imprevisível teremos que pagar uma conta de algo que não nos compete, mas ao resort e à Prefeitura que autorizou o projeto.

SERVIÇO EMERGENCIAL

Vitrine online ouviu hoje um engenheiro civil que conhece a obra, que qualificou de “joelho de porco” e, como a diretora, abriu a possibilidade de apontar solução, aí vai.

Envie diariamente caminhões pipa para molhar os buracos de britas para evitar a produção contínua, até que os responsáveis conclua o serviço para o qual foi contratado.

Nota da Redação: hoje antes de iniciar a escrita desta notícia encaminhamos via WhatsApp breve e humilde mensagem para a diretora: “Posso ligar para a sra.?” Mas não obtivemos retorno.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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