“SOCORRO! PRECISAMOS RESPIRAR”

Uma controvérsia entre o Clara Ibiúna Resort e a TDF Ambiental e Comercial Ltda., com sede em Alphaville, no município de Barueri, está retardando a conclusão dos reparos de mais de duas centenas de buracos [que surgiram depois que o recapeamento foi concluído em novembro do ano passado] e causando transtorno tanto para os usuários da Estrada da Cachoeira como as pessoas que residem em lugares próximos.

Em razão da falta de acerto final – a construtora paralisou o serviço de aplicação de massa asfáltica e deixou muitos retalhos descobertos de pedras. Um rolo compressor está abandonado há vários dias dentro de um condomínio existente na estrada.

Aparentemente, a TDF estaria pedindo mais R$ 3 milhões de reais para retomar a obra, além do que já havia recebido do Resort. As relações negociais entre ambas as empresas teriam tido momentos tensos, segundo vitrine online apurou.

Em decorrência, toda vez que passa um veículo por esses retalhos de pedra o pó de brita forma nuvens que se espalham pelo ar, provocando um verdadeiro sufoco em pelo menos uma família ali residente.

Mesa da sala: o pó invade o tempo todo o interior da casa

Toda a casa do lado de fora e dentro está continuamente coberto por uma camada de pó de brita. Nuvens do mesmo pó, sobretudo com o intenso calor que está fazendo, se espalham por todo o quintal da casa. “Já nem para manter a casa limpa, a sujeira é contínua, enquanto o recapeamento da estrada não for concluído”, disse o morador. E assinalou:

“Estamos pedindo socorro para respirar ar puro, pois para isso que mudamos para Ibiúna há quarenta anos. Estamos com tosse e tivemos que usar colírio para limpar nossos olhos irritados.”

As folhas do quintal estão coberto pelo pó de brita

A diretora do Resort, depois de uma sequência de troca de mensagens pelo WhatsApp com o morador da estrada, passou o assunto para um advogado da empresa que atua em Ribeirão Preto.

O advogado, demonstrando boa vontade e compreensão, conseguiu que um carro pipa molhasse os retalhos descobertos do asfalto na segunta-feira e hoje (dia 26).

“Mas devido ao calor, a água evapora rapidamente e o pó de brita entra constantemente em nossos pulmões”, se queixou um morador.

A solução é mesmo a TDF cobrir os retalhos com massa asfáltica e isso, até o momento, não tem nenhuma previsão. Depende de uma concordância mútua das empresas envolvidas. Enquanto isso, “nos sentimos invadidos por uma sujidade desse pó esbranquiçado e que se impregna em todos os lugares”, afirmou o mesmo morador.

Na garagem, mais distante da estrada, a situação é a mesma: o pó de brita fica impregnado em todas as coisas

PREFEITURA

A solução desse problema também compete à Prefeitura de Ibiúna, especialmente à Secretaria de Obras, que aprovou o projeto encomendado pelo Resort e deveria fiscalizar a execução da obra, mesmo porque, além da poeira, os retalhos já apresentam degraus [quando passam veículos pesados, a terra treme] e os motoristas vivem ziguezagueando pela estrada para evitá-los, o que pode ser um fator de acidentes.

O Resort se responsabilizou pela execução da obra com o objetivo de cumprir um acordo feito com a mesma Prefeitura [no governo anterior] como forma de compensação pela isenção de tributos por dez anos. O Clara Ibiúna Resort foi inaugurado em 18 de dezembro de 2017.

TDF CALA

Vitrine online tentou contato com um dos sócios da empresa. No primeiro, via WhatsApp, ouviu a seguinte resposta: “Nada a declarar”; na tentativa por telefonema não conseguimos ser atendidos.

A limpeza do teclado do notebook precisa ser feita duas vezes por dia

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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