EDITORIAL – CHOVE DENTRO DO PRONTO SOCORRO INFANTIL DE IBIÚNA

A população ibiunense precisa ficar mais atenta e perceber a diferença entre o que as autoridades dizem e a realidade factual.

Ontem à noite (15) choveu dentro de parte do Pronto Socorro Infantil de Ibiúna.

Em comunicado, a Prefeitura admitiu que, por esse evento previsível, o atendimento pediátrico “teve atendimento temporariamente comprometido”, ou seja, foi interrompido.

A causa, segundo o Poder Executivo, foram “danos causados à calha do hospital”.

Aí está o ponto nevrálgico da questão.

Recentemente, um secretário municipal postou um vídeo diante da entrada do Hospital Municipal louvando os investimentos feitos ali, destacando a reforma completa do telhado do hospital, providência concluída há poucos meses.

Isso nos remete para outra questão, que vem sendo observada pela população: a qualidade das obras executadas pela Prefeitura.

Como, em tão pouco tempo, a reforma feita exatamente para evitar as contínuas e torrenciais infiltrações no interior do hospital, tendo, em várias ocasiões, que se removerem leitos de um lado para outro para não “chover” sobre os pacientes, a situação se repete?

Entre os muitos comentários feitos pelos leitores de vitrine online, logo após a divulgação desse fato, há um que parece sintetizar a opinião de muitos ibiunenses, cansados com os crônicos problemas no Hospital Municipal. Este comentário foi feito por uma mulher:

“Falta respeito com a população e, principalmente, com quem trabalha nesse lugar, se é que podemos dizer que isso é um lugar digno para alguém trabalhar. Uma coisa é certa: o valor que ficou para fazer o telhado foi nas alturas mesmo. Esses políticos no geral estão brincando com o dinheiro público, só pode. Que estrutura isso oferece para os pacientes e funcionários? Que funcionários merecem trabalhar em lugar assim? Ninguém ouve falar desses tipos de coisas, né? Esses funcionários e a população merecem passar por esse tipo de situação? Pouca vergonha, deboche com a população.

Claro também não faltou quem evocasse o nome do deputado federal Vítor Lippi, onipresente em Ibiúna, onde obteve expressivo número de votos para a sua reeleição, que terá destinado recursos de emenda parlamentar exatamente para melhorar as condições do hospital.”

A situação é patética!  É preciso rir, para não chorar.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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