IBIÚNA PRECISA DE UM LÍDER POLÍTICO CARISMÁTICO

Cresce no coração do povo ibiunense um latente desejo de mudança política, por não suportar mais o mesmo, rançoso e repetitivo hábito de fazer política pensando em tirar proveito próprio, em vez atender aos interesses e necessidades da coletividade.

Estão cansados de hipocrisias, mentiras e das famigeradas compras de votos por ninharias, cestas básicas, materiais de construção, promessa de emprego futuro. Parecem estar mais espertos e compreender que o preço que pagam por essa venalidade é alto de mais e dura quatro anos de sua vida, quando não mais.

Ainda hoje, conversando com um importante empresário, ele me perguntou se há algum candidato a prefeito que mereça atenção e voto. Não soube responder, apenas disse que até o momento despontaram seis pré-candidatos a esse cargo, incluindo a ambição do atual chefe do Executivo de pugnar pela reeleição, em nosso entender imerecida.

Ontem, de modo semelhante, me perguntaram quem poderia ter mais chances eleitorais, no contexto de nossa cultura local. Com a ressalva de descontar a corrupção política de compra de votos, em dinheiro ou em bens materiais, fui categórico: se aparecer um líder carismático, esse terá grande possibilidade contra a máquina administrativa atual.

Carismático é aquele cara que possui a capacidade de atrair, inspirar e influenciar as pessoas ao seu redor: ou seja, os eleitores em seus ambientes naturais, sobretudo nas dezenas de bairros rurais que concentram mais de 60% dos votos.

É o cara que conquista pessoas com seu jeito de ser e terá que contar sobretudo consigo mesmo, sua intuição e capacidade de descobrir desejos e interesses ocultos nas pessoas, e transformar suas descobertas em discursos positivos.

Estamos falando do potencial de líderes carismáticos que são vistos como agentes de mudança, sempre trazendo novas perspectivas para as discussões e problemas entranhados na mente do povo.

Outras de suas características: eles são proativos, identificam as questões que necessitam de melhora e trabalham [deixam claro isso] para que as soluções aconteçam.

Saber isso é mais fácil do que fazer na prática, isto porque todos os pré-candidatos estão imersos na redoma, uma espécie de prisão cultural que limita sua visão e, em conseqüência, sua capacidade de se libertar dos estigmas políticos, num ambiente em que imperam a desconfiança, a má-fé, o jogo sujo nos bastidores, os compromissos feitos com patrocinadores de campanhas que sempre cobram o dobro pelo “serviço”.

Bem, como parece ser preciso adotar a ideia de que nem tudo está perdido, ficamos com a esperança de que possa estar em germinação um líder político carismático. Um sujeito capaz de agir com autonomia sem tutela e que seja portador de bom caráter, ou seja: um indivíduo de boa formação moral, de boa índole, que possua força de vontade, princípios firmes e que saiba lidar tanto nas situações comuns como nas difíceis.

E que assim seja. Ibiúna está a merecer dias melhores há décadas, que parecem uma eternidade. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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