IBIÚNA – EDIS QUESTIONAM SASAKI, DEPOIS DA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA SOBRE VERBAS DO FUNDEB

Depois que o prefeito Paulo Sasaki (PTB) e o secretário do Desenvolvimento Urbano, Fábio Bello, postaram um vídeo no dia 9 – falando de “perseguição política” e em processar um pré-candidato a prefeito por conta da repercussão da rejeição de um pedido de investigação sobre possíveis irregularidades no uso dos recursos do Fundeb – quatro vereadores que votaram pela abertura de um processo de investigação postaram vídeos questionando o prefeito.

PELA INVESTIGAÇÃO

Argumentando que toda denúncia de irregularidades deve ser apurada, como um direito do povo de saber a verdade dos fatos, votaram favoráveis à medida os vereadores: Dr. Walmir Jr. (PSC), Rozi da Farmácia (UB), Naldo Firmino (PP) e Volney Galvão (PRTB).

CONTRA A INVESTIGAÇÃO

Votaram a favor do prefeito e, portanto, rejeitaram a denúncia os vereadores:

Abel do Cupim (PSD), Aladim (PSDB), Devanil da Ressaca (PSD), Fausto Dourado (MDB), Jair Marmelo (PCdoB), Lucas Borba (MDB), Luiz Fernando Piu (PL), Paulinho Dias (UB), Pururuca (UB), Ronie Von (PP).

Como se recorda, no dia 6, foi lida em plenário a denúncia elaborada pelo Conselho de Acompanhamento e Controle Social – CACs Fundeb, protocolada em dezembro pelo presidente da entidade, advogado Mário Pires.

Em resumo, a denúncia solicitava averiguação de possíveis irregularidades no uso dos recursos do Fundeb em Ibiúna [em 2023 o montante do repasse do governo federal para o município foi da ordem de R$ 55 milhões] destinados para pagamento dos professores da rede municipal de ensino e para o desenvolvimento da educação.

O documento elaborado pelo CACs Fundeb, com 27 páginas recheadas de notas e comprovantes de despesas, depois de ser lido pelo secretário da Mesa da Câmara por 36 minutos foi votado em menos de 1 minuto por dez vereadores da base aliada que, de imediato, rejeitaram a abertura de um processo de investigação que, dependendo da comprovação das provas, poderia resultar num pedido de cassação de Sasaki.

PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS

Na mesma sessão, o vereador Aladim Flávio Amaro (PSDB) apresentou um requerimento solicitando esclarecimentos ao Prefeito sobre a denúncia que foi aprovada pelos seus colegas da base aliada.

Ele relacionou os 9 tópicos que constavam na denúncia arquivada.

Em suma, o parlamentar ibiunense mudou, na prática, o foco da abordagem. Em vez da abertura de um procedimento que poderia, ou não, se transformar num pedido de abertura de processo de cassação do atual prefeito, a Câmara transformou a denúncia arquivada em um pedido de esclarecimento. Em termos práticos, essa modalidade não oferece risco algum de abertura de um processo de cassação do chefe do Executivo.

QUESTIONAMENTOS

Com exceção da vereadora Rozi da Farmácia (UB) que deverá gravar um vídeo nas próximas horas, com idêntico propósito, segundo afirmou a vitrine online, os demais edis postaram vídeos questionando o atual prefeito.

NALDO FIRMINO (PP), ex-presidente da Câmara, pediu explicações ao prefeito Paulo Sasaki sobre o destino das verbas do Fundeb no município. Igualmente, anunciou que os profissionais da educação estão se queixando de descontos em seus pagamentos, sem saber o motivo desse procedimento.

Segundo ele, a população tem o direito de saber qual é efetivamente a realidade dessa situação que tem provocado grande desgaste na categoria. É fundamental que haja transparência no uso dos recursos do Fundeb.

DR. WALMIR JR. (PSC), também por meio de vídeo postado nas redes sociais, depois de mencionar a manifestação do prefeito de que “milhares de fake news” estavam procurando difamar a atual administração, fez uma indagação igualmente relacionada ao setor de Educação.

O parlamentar pediu esclarecimento sobre o porquê do pagamento do aluguel do prédio da Secretaria da Educação na Rua XV de Novembro estava sendo pago a um “terceiro e não ao locador”.

[Estima-se que o valor do aluguel desse prédio gira em torno de R$ 18 mil]

“A população quer ouvir a resposta”, instigou o vereador.

VOLNEI GALVÃO (PRTB) questionou o prefeito para saber o motivo pelo qual a Prefeitura não atende aos seus pedidos apresentados em nome da população dos bairros do município. O edil declarou que já apresentou mais de 300 pedidos e indicações e que se sente prejudicado pelo não atendimento aos seus requerimentos.

Mencionou, sobretudo o grave problema das condições das estradas. Foi informado que não tem pedra para recuperar as estradas ou que a máquina não tem lâmina.

Citou que a Prefeitura fez um desfile de máquinas pelas ruas da cidade e quer saber por que as estradas não estão sendo cuidadas, o que faz com que certos bairros fiquem sem ônibus devido às péssimas condições da vias públicas rurais.

Galvão disse que talvez não esteja sendo atendido, ao contrário dos vereadores que apoiam o governo, porque não é “pau mandado” do Executivo. Afirmou que o que está sendo negado não é a ele, e sim à população.

Referindo-se às autoridades acrescentou que “vocês têm asfalto em suas casas”, enquanto o povo fica à mercê das estradas precárias.

“É mais fácil ir para o Japão do que visitar os bairros de Ibiúna”, concluiu o vereador que também criticou a iluminação pública, pois “estamos no escuro”.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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