WILLIAM BONNER INDICANDO CANDIDATOS EM IBIÚNA?

Numa demonstração de que política, quando convém, deixa de lado escrúpulos e que não importam os meios utilizados para ser eleito, candidatos em Ibiúna estão utilizando “deepfake” (“profundamente falso”, em tradução livre do inglês) com o jornalista William Bonner da Rede Globo, em suas campanhas.

O editor do Jornal Nacional, usado por meio da inteligência artificial, faz uma declaração enfática:

“Encontramos o melhor candidato a vereador de 2024. A foto dele você está vendo agora na tela. Guarde esse nome e esse número para o dia 6 de outubro.”

Mas há outros recursos não menos retumbantes como esse que exploram o sensacionalismo e suspense, alguns envolvendo candidato a prefeito. O vídeo alerta que a pessoa verá “imagens fortes”, a mesma advertência utilizada pelos veículos de comunicação, mas, neste caso, a referência diz respeito realmente a cenas chocantes a pessoas sensíveis.

Ao fisgar capciosamente a atenção do telespectador, então a cena se revela mostrando uma autoridade em plena ação com destaque para uma frase: “O trabalho não para”.

Ambos os casos aqui relatados se incluem como exemplos de mau uso da propaganda eleitoral desconsiderando o direito à informação transparente e à realidade dos fatos.

Deepfake, pior definição, é descrita como uma das formas mais eficazes de enganar, ao colocar, em vídeo, pessoas a exprimirem palavras que nunca disseram, ou mesmo substituir caras, criando, assim, situações falsas.

E se esses vídeos chegarem ao conhecimento de Bonner e ele resolver cobrar na Justiça seus direitos de imagem?

Na verdade, o jornalista da Globo nem poderia se prestar a esse tipo de divulgação, já que ele segue a compliance global, um conjunto de regras éticas e morais de comportamento dos seus funcionários.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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