Esse ano eu vou…

Todo fim de ano é a mesma coisa. As mesmas histórias, as mesmas promessas, os mesmos “vou mudar…”, “não vou mais fazer isso…”, “vou começar a fazer aquilo…”. E todo começo de ano é o mesmo: vontade, vida nova, rumos novos, tudo novo. E isso sempre se repete e  logo logo isso se perde. Toda essa vontade vai embora junto ao tempo. Vou contar um segredo a vocês agora:  a triste e grande realidade, meus queridos leitores, é que na verdade está tudo velho. Suas ideias estão velhas, suas vontades estão velhas, suas promessas estão velhas.  Quantas vezes você disse que iria fazer uma coisa nova e não saiu do lugar? Quantas vezes você decidiu mudar algo, e nada mudou? Quantas vezes você quis o novo e só teve mais do velho?

É, acredito que você respondeu um tímido “várias vezes” para as maioria dessas perguntas. Isso acontece porque nós esperamos muito do depois, do que está por vir. Fazemos promessas futuras. Colocamos o verbo no futuro, pensando apenas no depois. E se eu te disser que  mais importante é o agora? Aqui, agora, neste exato momento. Sabe o nome disso? Presente.

O que você pode fazer por você hoje? Sorrir mais, ler mais, ouvir mais, andar mais, procurar mais, descansar  mais. Ou quem sabe um pouco de menos? Se irritar menos, pensar menos, gritar menos, trabalhar menos, falar menos.

Nossa vida é feita das nossas escolhas e  nossas ações atuais determinam quem somos e quem seremos no futuro. Pra que deixar pra mudar depois? Pra que esperar chegar o dia 31 às 00:00h pra pensar em mudança? Pra que isso, se podemos tudo agora?

Pense em um novo ano como metas e desafios devidamente cumpridos, 365 dias muito bem vividos e completos. E agora, neste ano novo que está por vir, junto virão novas conquistas e realizações a cada dia. Novos desafios a cada manhã. Todos os dias, lembrar de viver o agora. Como já dizia um famoso provérbio chinês, “Ontem é história,amanhã é mistério, e hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente.”

Isadora Secol,
designer e fotógrafa 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.