IBIÚNA – SAÚDE FINANCEIRA DA PREFEITURA ESTÁ ÓTIMA, MAS A DA POPULAÇÃO PEDE SOCORRO
Duas importantes audiências públicas foram realizadas na última quinta-feira (25) na Câmara Municipal de Ibiúna. São balanços do desempenho do Executivo no segundo quadrimestre de 2025: a das metas fiscais e a da saúde pública.
Ambas antecedem a elaboração da Lei Orçamentária Anual – LOA, que será objeto de uma audiência pública específica em dezembro próximo. A LOA é um documento elaborado pelo Poder Executivo que estima as receitas e fixa as despesas para 2026, ou seja os recursos que serão aplicados em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Em síntese os resultados dessas decisões impactam diretamente na vida da população em todos os setores de responsabilidade do Executivo.
Ambas as audiências, com um reduzido número de cidadãos na plateia, contaram com a participação de secretários e diretores municipais atenciosos em relação aos questionamentos feitos tantos pelos vereadores da Comissão de Firnanças e Orçamento e da Saúde.
AUSÊNCIA SENTIDA
Pouco antes do inicio da abertura dos trabalhos, circulou a notícia de que o secretário da Saúde, Caio Dolfini, não participaria da audiência. Embora a Câmara não tenha recebido nenhuma notificação oficial sobre sua ausência, informou-se que ele se encontrava hospitalizado.
A ausência do secretário da Saúde, “esvaziou” o sentido da audiência, uma vez que ele é o personagem principal na realização de um novo plano de saúde que promete causar uma virada em todo o sistema de saúde no município. O presidente da comissão e vice-líder do Governo no Legislativo, vereador Tiago Godinho, admitiu que o secretário deverá ser convocado para outra audiência.
[Veja na TVUNA no Facebook, Instagram, TikTok e Youtube as entrevistas com depoimentos dos vereadores Carlinhos Marques e Lucas Pires]

BOA E MÁ NOTÍCIA
O presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, vereador Carlinhos Marques, que foi eleito para presidir a Casa em 2026, disse à TVUNA que a situação financeira da prefeitura terá superávit este ano e que está numa situação confortável excepcional e que não terá dificuldades de honrar suas dívidas. A previsão é que até o final deste ano entre nos cofres algo em torno de R$ 400 milhões.
Marques, atual líder do governo na Câmara, no entanto, comparou os números favoráveis com a atuação do Executivo. “Já estamos no novo mês de governo e não temos nada para comemorar, porque os números são “insignificantes uma vez que a população não está sendo atendida em suas necessidades básicas”.
No setor da iluminação pública, embora tenha em caixa R$ 4 milhões da TIP (Taxa de Iluminação Pública) é preciso consertar milhares de lâmpadas queimadas.
Marque apontou em todos os setores da saúde uma diversidade de motivos da notória insatisfação e queixas da população, assim como o não pagamento do piso salarial nacional dos professores, que vem sendo reivindicado pela categoria como um direito líquido e certo.
“Nós somos cobrados todos os dias, mas os serviços não estão sendo entregues à população.”
SAÚDE PEDE SOCORRO!
Ex-presidente da Comissão Especial de Vereadores que apurou os problemas verificados tanto no Hospital Municipal quanto na rede básica, CAPs, Centro Odontológico, Centro de Especialidades, o vereador Lucas Pires considerou a audiência “infrutífera”, sobretudo porque faltou a participação do principal personagem: o secretário da Saúde.
Apresentaram [os diretores que atuam da área] muitos números, “mas nesses nove meses de governo não se vê nenhum avanço na saúde”.
“Se as questões básicas não são resolvidas, porque a saúde não pode ser deixada para o amanhã, como acreditar em um anunciado plano que promete ser uma revolução na saúde do município?”
Lucas mencionou também a falta de medicamentos básicos e especialmente de alto custo que obriga as pessoas obtê-los por meio da Justiça.
Mais jovem vereador e eleito pela primeira vez, Lucas surpreendeu o auditório ao apresentar duas tampas de vaso sanitário e um galão de água.
Informou que os dois banheiros, feminino e masculino, existentes na recepção do Hospital Municipal estão sem a tampa e que a UBS da Vargem do Salto não conta com bebedouro.
Solicitou e teve a promessa de que as tampas seriam colocadas em ambos os banheiros no hospital e que um bebedouro de será instalado na UBS da Vargem do Salto.
Lucas citou a diferença do sanitário do novo prédio da Secretaria da Saúde que tem “cheirinho” e dos disponíveis nas demais unidades de saúde do município. Ressaltou como preocupante o notável distanciamento da autoridade da população a que deve servir.
QUE REMÉDIO?
O vereador Rodrigo Moraes fez relato de um caso que merece atenção:
“A paciente estava com os olhos irritados e foi procurar o hospital para ver se era conjuntivite ou alguma outra coisa. A médica disse que seria quadro de conjuntivite e receitou um colírio. Ao passar pelos enfermeiros, ela foi informada de que aquele remédio era para o ouvido. Ao retornar para a médica trocar a medicação, esta lhe disse: “Viva as enfermeiras, que veem os erros!”
OUTROS VEREADORES
Outros vereadores também se manifestaram reconhecendo a falta de ações do Executivo em questões práticas, além dos problemas apontados especialmente nas áreas da saúde, de iluminação pública, da situação precária de prédios escolares municipais.
Também ouvimos comentários paralelos sobre o transporte público, cuja tarifa pública (que a Prefeitura repassa para a Viação Raposo Tavares) acaba de ser majorada para R$ 9,50. Para o usuário a tarifa prossegue R$ 5,90.