BELLO APARENTA ESTAR MAIS CAUTELOSO EM ENTREVISTA À “GAZETA DE IBIÚNA”

Em sua primeira entrevista [exclusiva para a Gazeta de Ibiúna, publicada hoje], Fábio Bello, aparentemente, mostra-se mais cauteloso do que a que concedeu à imprensa logo depois de ter assumido a prefeitura no início de setembro de 2013. Nesta ocasião, se mostrava mais impetuoso, com vontade de sinalizar poder. Fez um veemente discurso em frente do Paço Municipal, promoveu auditoria interna durante uma semana para detectar os deslizes do governo anterior. Mostrando uma pilha de papéis com supostos desvios de seu predecessor, num arroubo supostamente moralizante, anunciou cortes de gastos e dispensa de fornecedores, como a empresa responsável pelo transporte público e da coleta de lixo [pertencentes a seu desafeto] e a empresa responsável pela reforma do Terminal Rodoviário, para ficar em alguns exemplos citados de memória.

Além de revelar que registrou um boletim de ocorrência para a situação encontrada agora na prefeitura, apontando sumiço de papéis e processos importantes, assim como materiais, o novo prefeito também, num estilo característico, informou ter orientado seus advogados a pedirem um relatório [“em 24 horas”I] a cada um dos secretários do governo anterior.

No setor de educação, repetiu o que dissera em setembro de 2013, que vai abrir as escolas fechadas.

Apontou que o governo anterior gastou mais do que arrecadou e que a situação da financeira da prefeitura está precária. Também aí nenhuma novidade em relação à situação anterior.

Num aspecto Bello se mostrou diferente e cauteloso. Afirmou que não vai interferir nas atividades da empresa de transporte público, a Ecovida [pertencente a seu desafeto] e que vai aguardar o término do contratado em vigor até o fim do ano. Terá decidido assim para evitar o total colapso desse setor no município, sem ter tempo hábil ou cacife para realizar aí alguma mudança imediata, como supostamente seria do seu gosto.

Na área da saúde, Bello prometeu frequentar o Hospital Municipal em horários e dias diferentes para acompanhar de perto seu funcionamento e que logo irá nomear secretário da Saúde.

Politicamente escolado, disse que vai se aproximar do Legislativo a fim de estabelecer um clima favorável ao bom entendimento, já que precisa do apoio dos vereadores para aprovar seus projetos e outras iniciativas. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.