ÉRICA É SEPULTADA; ATESTADO DE ÓBITO AFASTA HIPÓTESE DE MENINGITE COMO CAUSA DE SUA MORTE

O corpo de Érica Alves de Souza Fernandes, 34, foi sepultado hoje (5), às 16h30, no cemitério Alto da Figueira, em Ibiúna [leia matéria abaixo]. A causa direta de sua morte, apontada pelo Serviço de Verificação de Óbito da PUC de Sorocaba, foi uma Sindrome da Angústia Respiratória do Adulto [Sara], provocada por uma septicemia decorrente de uma infecção renal [pielonefrite]. A meningite, apontada como hipótese por um médico do Hospital Municipal, foi, portanto, afastada.

A Declaração de Óbito nº 21313221-4, elaborada hoje, foi assinada pela dra. Maria Lourdes Peris Barbo, CRM 35239. Uma cópia do documento foi fornecida à tarde à vitrine online pelo diretor do Hospital Municipal José  Walter Dário, que demonstrava sinal de alívio já que vivera um dia anterior extremamente tenso, em face das notícias e da onda de manifestações populares revelando grande preocupação e mesmo pânico em face dos dois casos de meningite, um dos quais do tipo “C”, que causou a morte de uma aluna de 10 anos do Colégio Objetivo e mantém uma aluna da E.M. bairro Sara Sara, de 9 anos, internada no Hospital Regional de Sorocaba, sem que o tipo da bactéria tenha sido identificado pelo menos até o momento em que redigíamos esta notícia.

Preocupação

Em apenas uma noite e algumas horas do dia de hoje, mais de 10.000 pessoas acessaram a vitrine online, depois que a matéria exclusiva sobre a morte de Érica foi postada. Dezenas de manifestações foram encaminhadas à redação da Revista refletindo até mesmo o desespero de alguns pais. A busca pela vacina contra meningite, cujo preço atualmente se situa entre R$ 300,00 e R$ 400,00, aumentou. A farmácia de uma grande rede brasileira instalada em Ibiúna já está procurando fornecedores para atender aos seus clientes. Atualmente, ou as vacinas são tomadas em empresas especializadas ou trazidas para uma farmácia da cidade onde é aplicada, ainda que o comunicado oficial da Vigilância Epidemiológica de Ibiúna tenha assegurado estar seguindo o protocolo de combate da doença e que não vê necessidade ainda de vacinar a população. Segundo as informações prestadas, é necessária a ocorrência de pelo menos três casos para caracterizar um surto [leia notícia abaixo].

Uma que informação que divulgamos de que um médico fora ao Colégio Country Kids feito uma palestra, vendido e aplicado vacinas contra meningite nos alunos foi corrigida pela Dra. Viviana Baruffi Bargas: “Gostaria que vocês se informassem melhor, porque isso não ocorreu. Foi apenas uma palestra de esclarecimento. Sou mãe, médica e estava na palestra.”

Na verdade vitrine online se baseou em informação recebida da direção da Vigilância Epidemiológica e pede desculpas pela incorreção.

Prontidão

Ao buscar a cópia do atestado de óbito no Hospital Municipal e observar o clima reinante, o repórter percebeu que, tanto o noticiário quanto a notória apreensão da população, parece ter provocado um efeito positivo na direção do hospital deixando perceber, além do nervosismo, um estado de atenção e de prontidão em relação a possíveis indícios de novos casos da doença.

No Pronto Socorro Infantil, por exemplo, estavam colhendo líquor [líquido cefalorraquidiano] de uma criança para diagnosticar as razões de seu quadro febril. É possível que, no contexto anterior, antes dos casos comprovados de meningite, um dos quais fatal, essa coleta talvez pudesse ser protelada.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.