OPINIÃO – “PEDALADAS” FISCAIS DO GOVERNO PODEM LEVAR PSDB A PEDIR IMPEDIMENTO DE DILMA
O flagra do Tribunal de Contas da União –TCU é grave. A instituição aprovou na quarta-feira (15), por unanimidade, relatório que considera crime de responsabilidade as manobras fiscais feitas pelo Tesouro Nacional com dinheiro dos bancos públicos [Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES], com o propósito de reduzir artificialmente o déficit do governo nos anos de 2013 e 2014.
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, é uma das catorze autoridades que terão de dar explicações ao TCU. Esse pode ser a ponta de um novelo de mais um fato escandaloso. Como a indignação habitualmente parece não tirar o apetite dos políticos com PhD em falta de escrúpulo, ainda é cedo para prever o rumo que esse caso terá.
Mas, desde já, o PSDB passa a contar com um trunfo – talvez o mais poderoso até agora – para pedir o impedimento da presidente Dilma Roussef, que vem sento alvo desse desejo em manifestações públicas pelo Brasil. Aécio Neves, presidente da agremiação, já antevê essa possibilidade, caso se comprove sua participação no que foi apelidado de “pedaladas”. Agora é preciso aguardar os seus desdobramentos.
No entanto, uma questão se evoca, mais uma vez: até quando os mensalões e os lavas a jato vão servir de exemplo e inspiração para os políticos gananciosos no oceano de milhares de municípios brasileiros, assim como nos governos estaduais?
Enquanto isso, aumentam as contas pagas pela nação [o povo] acossado por uma economia anêmica a caminho da UTI, desemprego em alta [por que terceirizar vínculos empregatícios exatamente agora?], aumento de preços da energia, dos combustíveis, de tudo, enfim, sistema de saúde totalmente falido, educação de dar pena, mobilidade precária, insegurança pública generalizada e um amplo e profundo desprezo pelos valores éticos.
Os brasileiros pagam um tributo altamente impiedoso e desumano. Se deixar de pagar alguma coisa para o governo entra num torvelinho alergogênico da Procuradoria do Tesouro Nacional. Só para citar um caso. A mesma Caixa, agora citada nas “pedaladas”, é rigorosa na concessão de empréstimos a pessoas físicas, mesmo quando se trata dos consignados, rigor que é protagonizado pelo INSS. Mas, Isso parece não acontecer quando ordens superiores mandam as regras às favas. Neste caso, vale a regra de ouro: manda quem pode, obedece quem tem juízo.