ARTIGO – IBIÚNA, MEU AMOR, TENHA PACIÊNCIA; SÓ FALTAM 16 MESES

Esta lamentável, turbulenta e insólita gestão iniciada no dia 1º de janeiro de 2013 e que se encerra no dia 31 de dezembro de 2016 é ou tem sido um caso perturbador na história política de Ibiúna. Será um quadriênio lembrado como um caos estabelecido e que causou imensos prejuízos para todo o município e paralisou a circulação do seu élan vital.

Todos os cidadãos, do mais rico ao mais pobre, perderam, e não haverá motivo algum de orgulho para aqueles que ocuparam a função administrativa da cidade, quando essa novela chegar ao fim.

E não haverá como recuperar o tempo perdido nem que para aqui aportasse a mais bem-sucedida consultoria especializada em administração pública, pois as circunstâncias serão severamente adversas e não cederão nem mesmo a um time formado por PhDs de primeira linha. Eles, provavelmente, se sentiriam como marcianos recém-chegados a uma terra de estranha realidade.

 

NOVINHA

Portanto, se sentimos necessidade de nos livrarmos de lembranças ruins de natureza moral para continuar amando nossa cidade, sem nenhuma forma de rancor com os personagens envolvidos e com tudo que eles fizeram, o melhor antídoto é lembrar do mês de outubro de 2016, daqui a exatos dezesseis meses, que, aliás, passam rápido que a gente mal percebe. É a data do começo da mudança. É quando haverá eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores.

E tudo poderá ser ungido por uma renovação tão ampla quanto possível no panorama das autoridades locais: vereadores, vice-prefeito e prefeito. A população ibiunense merece dar-se a oportunidade de fazer escolhas de modo consciente. Agora, será imprescindível que aqueles cidadãos que entendem que podem contribuir para melhorar a situação que aí está, de forma correta, em cargos públicos, se apresentem claramente,  a fim de que aquilo que o povo fala – “mas são sempre os mesmos” – comece a ser mudado a partir das eleições do próximo ano.

Será, então, uma forma de quebrar esse famigerado ciclo vicioso e de repelir aqueles que, disfarçadamente, só pretendem tirar proveitos pessoais em função pública, mas fazem um discurso para enganar incautos, demonstrando que estão plenos de boas intenções. Esses são os políticos de genética específica e que agem de modo cínico ou hipócrita.

Por isso é que, neste instante, se evoca o amor verdadeiro por Ibiúna e paciência, pois teremos o momento de mostrar o que queremos. Você, leitor, poderá, então, usar o poder do seu voto para manifestar sua vontade, decidindo por você mesmo, livremente.

Nesta altura, é preciso fazer uma advertência adicional da maior importância. Ninguém sabe exatamente o que vem a ser um voto consciente. Poderia ser, por exemplo, voto dado a pessoas cujas características de conduta estivessem voltadas para o bem e não para o mal, da mesma forma para ideias boas e não ruins. No entanto, é preciso igualmente considerar uma realidade: é difícil separar o joio do trigo. Aquelas qualidades, digamos positivas e de alto valor ético, não aparecem escritas na testa dos candidatos e o desafio é conseguir enxergar além da arte do disfarce e da enganação que muitos utilizam e das trapaças que fazem, na esteira de promessas e criação de ilusões.

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Carlos Rossini é jornalista

e editor de vitrine online

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.