MULHER COM PRÓTESE NA PERNA DIZ QUE FOI HUMILHADA NO BANCO SANTANDER EM IBIÚNA

rosemeireHá alguns anos, e ainda jovem, Rosemeire Leme da Silva, moradora no bairro da Cachoeira, em Ibiúna, hoje com 38 anos, foi atropelada e teve graves ferimentos em uma das pernas e precisou receber uma prótese de titânio. No dia 27 de julho último – provavelmente por causa do metal – não conseguiu entrar na agência do Banco Santander, onde pretendia descontar um cheque. A porta giratória simplesmente travava em todas as tentativas feitas.

Rosemeire teria então sido abordada pela segurança da agência, momento em que explicou que tinha o implante metálico na perna, mas, aparentemente, seu argumento não convenceu o vigilante, que não liberou seu acesso à agência. Além de não haver a menor sensibilidade por parte do segurança, já que sua condição é visível [ela caminha com notória dificuldade], ainda teria sido ofendida e maltratada, com palavras ofensivas.

Sem conseguir entrar, procurou um advogado da cidade que a orientou a levar uma testemunha e a situação constrangedora voltou a se repetir [“Eles me trataram como se eu fosse uma pessoa perigosa e estivesse armada, mas usava na ocasião um vestido e não havia onde esconder seja lá o que fosse”].

Como o episódio chamou a atenção, “a gerente saiu da agência para verificar o que estava acontecendo e também manteve a mesma decisão de não possibilitar meu acesso a um caixa. Ela então pegou o meu cheque, retornou para o interior da agência, voltou e entregou-me o dinheiro”.

Se já se impõe aos clientes um tremendo desconforto de ter que despojar-se em meio ao público de relógios, chaves, celulares e outros objetos metálicos captados pelo sensor cujo objetivo seria detectar armas, imagina a situação de uma pessoa que se locomove com dificuldade física!

“Me senti agredida, moralmente desrespeitada e humilhada pela atitude do Santander e espero que meu advogado tome as providências para que isso seja devidamente reparado, de modo que pensem duas vezes e novos casos como esse não se repitam”, desabafou Rosemeire.

Sem esclarecimento

Vitrine online foi à agência do Santander hoje (10), na rua XV de Novembro, no centro de Ibiúna, entrou em contato com uma funcionária graduada, informou o fato, com o objetivo de ouvir a versão do banco sobre o assunto.  A funcionária disse que a agência não está autorizada a dar entrevistas. O repórter deu um cartão com os contatos da revista para que pudessem se manifestar. No entanto, até o momento de postar a notícia não recebeu nenhum retorno do banco.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.