EDITORIAL – VERGONHA DE GENTE QUE A PREFEITURA DE IBIÚNA TEM

souzaQuem reside em São Paulo e nunca foi assaltado pode se inscrever no Guinness Book. Também aconteceu comigo. Estava no carro, esperando o sinal verde do farol, e do nada apareceram dois sujeitos armados. Puseram os revólveres na minha cabeça e levaram meu relógio. Essa é uma situação em que você, leitor, se sente refém e impotente. Mas agi com um equilíbrio que não imaginava fosse capaz.

Hoje me senti como se tivesse sido assaltado pelo assessor do gabinete do prefeito Fábio Bello, Alexander Souza (foto). Surtado, como em outra ocasião, mas desta vez com o jornalista Bruno Machado, disse a este para enrolar o papel e que o enfiasse… Esse episódio, com grande repercussão, provocaria uma funesta decisão da prefeitura de proibir que servidores dessem entrevista à imprensa, a menos que tivesse o sinal verde do secretário de Governo.

Então, surtado, disparou ofensas brutais contra o editor de vitrine online, no Facebook da revista, um jornalista da paz, escritor, professor universitário, que cometeu o desprezível ato de publicar uma notícia [não desmentida pela prefeitura, aliás confirmada por Souza] sobre mais uma paralisação das obras da famigerada ciclovia que se transformou em novela. Antes de publicar a notícia, vitrine online solicitou esclarecimento à prefeitura, mas não obteve nenhum retorno, como é de praxe.

O curioso é que, em meio aos ataques delirantes, Souza explica que a prefeitura não pagou a construtora por haver indícios de irregularidades na obra. Ora, por que então o Executivo preferiu calar? Por que não denunciou esse fato?

A classificação de sua atitude como “falta de educação” não comporta o que fez e tampouco é justificável. Analisando com calma interpretei o comportamento de Souza como o de um “estuprador verbal”. O comportamento dele já é proverbialmente conhecido em Ibiúna, por isso carece de valor e credibilidade, mas foi longe demais. Leviano, irresponsável, inconsequente são adjetivos poliânicos para essa figura que acabou evocando Deus, quando, talvez, seu surto terá tido um momento down.

É inconcebível que a prefeitura nada faça diante dessa situação que reflete a imagem do prefeito e do Executivo, protagonizada por uma pessoa  que foi rebaixada de função por violência verbal [era diretor de Cultura (Argh!) e agora é assessor de gabinete] tão irresponsável e agressivo. Leiam, por favor, no Facebook da revista, antes que as mensagens sejam apagadas.

O escudeiro da prefeitura, ainda fez algumas ameaças tentando intimidar, coisa que talvez ele faça com frequência com as pessoas humildes do município. Internamente, há pouco tempo, tentou uma manobra contra sua substituta, a atual diretora de Cultura, uma pessoa educada, e recebeu um chega para lá!

As palavras de Souza não me atingiram porque conheço, de longa data, seu comportamento doentio e irresponsável com outras pessoas, mas considerei que ele desrespeitou as pessoas que acompanham a revista, que está contribuindo diariamente para o surgimento de um novo jornalismo em Ibiúna.

Num determinado momento, e em respeito aos ibiunenses, resolvi terminar a conversa e não foi muito fácil, assim como foi difícil suportar os dois assaltantes que pareciam dois humildes operários carregando suas marmitas debaixo do braço, mas que eram, como diria Bruno Machado,  altamente corrosivos, em seus comportamentos sociopatas.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.