SÃO SEBASTIÃO – NESTE SÁBADO, FESTA DO SANTO PROTETOR DE IBIÚNA ATINGE SEU AUGE

marcos camargo

Neste sábado (28), a Festa de São Sebastião e Divino Espirito Santos, que completa sua 97ª edição, atinge seu apogeu com a chegada da imagem do santo protetor à cidade, trazida de sua capela no distante bairro do Pocinho por uma multidão de romeiros, que desde a manhã de hoje já seguiram para o sertão montados em cavalos, em charretes, motocicletas, bicicletas, em carros e caminhões e mesmo a pé.

É a maior festa religiosa de Ibiúna e região, chega a atrair milhares de pessoas do município e de outras cidades, e tem na praça da Matriz e na igreja da padroeira de Ibiúna, Nossa Senhora das Dores, o centro das várias manifestações de devoção. Vitrine online, em edições anteriores, pôde ouvir e anotar os sentimentos do povo de profundo amor, respeito e de graças concedidas pelo santo. Quando a imagem chega à praça, as pessoas, reunidas com seus familiares, vivem um momento de notável emoção inspirada pela fé e esperança de ver seus pedidos atendidos.

É antigo o vínculo dos ibiunenses com São Sebastião, mas a devoção se acentuou durante a “gripe espanhola”, nos anos de 1917 e 1918, uma peste que provocou milhares de mortes no mundo. Mas, a população de Ibiúna, segundo consta por uma promessa feita pedindo a proteção de São Sebastião, não foi atingida pela moléstia. A promessa consistia em trazer nos braços do povo a imagem do santo de sua capela até a Matriz de Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade, onde é venerada por três dias.

A romaria no começo era um simples ato de fé que exigia sacrifícios , pois não havia estradas e o acesso à capela no sertão era difícil. Nas primeiras romarias só iam até a capela – fica cerca de 35 quilômetros da cidade – os cavaleiros. Eles buscavam a imagem do santo que era envolvida por um manto vermelho. As senhoras e moças – relata a história – eram responsáveis pela organização da quermesse, novena que antecede as festividades e as prendas para os leilões.

A partir dos anos 1960, Antonio  José Soares (seu Tonico) deu mais colorido  aos festejos com a formação da Cavalaria de Honra  de São Sebastião. O adorno do andor ficava por conta também das mulheres. Durantes mais de vinte anos, d. Antonia de Almeida organizava a equipe para enfeitar o andor. Essa incumbência, depois, foi transferida para a sra. Graziela Felizola Soares, ate sua morte. Desde então, seus filhos Antonio Carlos Vieira Ruivo e Luiz Francisco Vieira Ruivo assumiram essa tarefa que procuram fazer a cada ano com mais esmero e criatividade. Há trinta anos, eles conseguem, até o momento de sua aparição pública, manter em  segredo seus enfeites do andor.

igreja

PROGRAMAÇÃO

Hoje (27), sexta-feira, às 20 horas, há missa e procissão luminosa no sertão (bairro do Pocinho) onde está a capela de São Sebastião. Amanhã (28), sábado, às 6 horas, há nova missa no mesmo local e os romeiros iniciam a jornada para trazer a imagem do santo à cidade, onde deve chegar (no coreto da avenida São Sebastião) por volta das 18 horas. Na praça da Matriz haverá missa, em seguida.

Dia 29 – domingo – Missa dos Festeirinhos na Igreja Matriz; às 18 horas, procissão do Divino Espírito Santo, após missa na praça da Matriz.

Dia 30 – segunda-feira – 18 horas – Procissão de São Sebastião e do Divino Espírito Santo e missa na praça da Matriz.

Dia 31 – terça-feira – 7 horas, missa de despedida da imagem na Igreja Matriz; com a previsão de chegada à capela às 17 horas.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.