IMPACTOS NO ORGANISMO – HORÁRIO DE VERÃO É MAIS DO QUE ADIANTAR UMA HORA NO RELÓGIO

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O horário de verão começou hoje (16), com o adiantameto de uma hora nos relógios, e se estenderá até o dia 19 de fevereiro, com o objetivo de economizar energia. Ele é adotado nesta estação pelo fato de os dias serem mais longos, devido à posição da Terra em relação ao Sol.

Se mudança provoca benefícios – como melhoria na capacidade de geração das usinas, preservação do meio ambiente evitando a poluição pela queima de combustível fóssil na geração de energia de origem térmica e melhoria na qualidade de vida da população, pelo aproveitamento da luz solar, para o lazer e maior segurança ao entardecer – produz perturbações consideráveis no organismo humano.

Entrevistado pela revista Veja, o médico André Jaime, presidente do Departamento de Clínica Médica da Associação Paulista de Medicina informou que as alterações nos ciclos de sono são superadas naturalmente em até duas semanas. “O importante para uma boa adaptação é a repetição regular dos horários, ou seja, ir dormir todos os dias no mesmo horário para que o organismo se acostume.”

Segundo o médico, os efeitos sobre o organismo humano devidos à mudança de horário podem desde mal estar, dificuldades para dormir, sonolência diurna até a alterações de apetite. É preciso tomar alguns cuidados nos dias seguintes à mudança, como evitar dirigir distâncias longas. “É a mesma coisa de fazer uma viagem de um fuso horário para outro, tem um período para o organismo se adaptar àquele novo horário.”

Pontes explica ainda que os idosos e as crianças, por terem uma necessidade maior de sono e de rotina, podem sentir mais os efeitos da mudança de horário. “Principalmente as crianças que vão para a escola de manhã e que terão que levantar uma hora mais cedo podem ter uma sonolência maior pela manhã. Mas isso é uma coisa de hábito mesmo, é só manter aquele ritmo que o organismo vai se habituar.”

O médico alerta que o horário de verão também pode afetar a produção de certos hormônios, por causa da glândula pineal, cujo trabalho depende do ciclo solar. “Ela estimula a produção de alguns hormônios no primeiro contato com a luz solar e de outros com a ausência de iluminação.”

O clínico-geral do Hospital das Clínicas, Arnaldo Lichtenstein, também ouvido por Veja, informou que a melatonina, por exemplo, responsável por regular o sono, é produzida quando escurece. “Como no horário de verão a luz do dia permanece por mais horas, é comum que as pessoas tenham o sono alterado.”

ORIGEM

O horário de verão foi introduzido em 1784 por Benjamim Franklin, político e inventor americano, quando ainda não havia luz elétrica. De início, não teve muita aceitação por parte do governo dos Estados Unidos. De fato, o primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, na I Guerra Mundial, para economizar os gastos com carvão.

No Brasil, o primeiro horário de verão foi realizado entre 1931 e 1932, pelo presidente Getúlio Vargas, com duração de 5 meses. A prática vem sendo adotada sem interrupções desde 1985, com algumas diferenças nos estados e períodos de duração.

Somente em 2008, o decreto 6558, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, definiu as datas para a mudança de horário e fixou a duração da medida em quatro meses.

Assim, ficou estabelecido que o horário de verão começa no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro domingo de fevereiro. A única exceção ocorre quando o terceiro domingo de fevereiro coincidir com o domingo de Carnaval. Nesse caso, o horário de verão termina no quarto domingo de fevereiro.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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