DEPUTADOS DÃO PULO DE ALEGRIA; POPULAÇÃO VAI PAGAR R$ 3,6 BILHÕES PARA FINANCIAR AS CAMPANHAS ELEITORAIS EM 2018

Veja a celebração vibrante e o riso desses nobres deputados federais, no centro o rechonchudo Rodrigo Maia, presidente da Casa.

Eles estão felizes porque a Comissão Especial de Reforma Política da Câmara dos Deputados aprovou [25 votos a favor, 8 contrários], na madrugada de hoje (10), a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia [atentem para o título].

Resumindo: os partidos, de modo privilegiado PT, PSDB E PMDB, terão à disposição R$ 3,6 bilhões para financiar as campanhas eleitorais em 2018. Adivinhem de onde virá esse dinheirama: dos impostos pagos por milhões de brasileiros.

O texto aprovado inclui a adoção do sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores; a extinção dos cargos de vice-presidente da República, vice-governador, vice-prefeito e suplente de senador; e o estabelecimento de mandato de dez anos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa dos votos de mínimo de 308 deputados.

Vista de um ponto de vista mais amplo, essa decisão dos deputados federais se dá num cenário político que tem a ampla desaprovação da população brasileira. Não bastou a risível votação que impediu a continuidade do processo que levaria o Supremo Tribunal Federal a julgar o presidente Michel Temer, acusado pela Procuradoria Geral da República de cometer crime de corrupção passiva. Para isso, o Presidente terá sito extremamente “generoso” antecipando a doação de milhões de reais em emendas parlamentares para obter em troca o voto favorável a ele.

É preciso ainda considerar o rombo das contas públicas que deverá girar em torno de R$ 150 bilhões em 2017 e que tem feito o Governo Federal até confessar que realiza estudos que podem culminar com o aumento o Imposto de Renda, mesmo tendo aumentado o preço dos combustíveis. Parece que, aos olhos governamentais, o bolso do povo não tem fundo.

A fatos a serem considerados que são verdadeiros absurdos e ilógicos considerando os problemas de natureza econômica. Um deles se refere ao que foi gasto em campanha publicitária que defende a reforma da Previdência: simplesmente R$ 59,1 milhões. O que esse montante poderia significar se aplicado na melhoria do atendimento do Sistema Único de Saúde que pena para dar conta de milhões de pessoas que dependem dele para ter assistência médica precária e demorada?

Da mesma forma não dá para entender os R$ 12 milhões que resolveu destinar para o Carnaval carioca, porque o Rio de Janeiro se tornou um dos campeões da vergonha nacional tendo ao lado da corrupção de Sérgio Cabral falido e deixando os servidores públicos dependendo do favor de cestas básicas para não morrerem de fome.

O país governamental e político está ridículo demais, assim como a falta de credibilidade dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Claro, nem mencionamos os personagens investigados pela Operação Lava Jato que, como a Samarco, enlamearam aquilo que podemos chamar de orgulho de ser brasileiro e ter sentimento patriótico. (Carlos Rossini)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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