SAMU E APH – DIA E NOITE A SERVIÇO DA VIDA NO MUNICÍPIO DE IBIÚNA

Sem eles, a vida dos ibiunenses e das pessoas que vêm de fora ficaria à mercê da própria sorte, caso não fosse socorrida com rapidez e recebesse atendimento médico, em qualquer ponto do município com 1.059 km2, um dos maiores em extensão territorial no Estado de São Paulo e dezenas de bairros afastados uns dos outros.

São técnicos(as) em enfermagem e condutores-socorristas que compõem as equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu [telefone 192] e do Atendimento Pré-Hospitalar – APH [telefone (15) 3248-9520].

A base do Samu, recentemente inaugurada na avenida perimetral Antonio Falci, fica próxima à rotatória da saída para São Paulo, pela rodovia Bunjiro Nakao, e a do APH, dentro do Hospital Municipal de Ibiúna. Ambas as equipes trabalham de forma harmoniosa e cooperam uma com a outra para assegurar maior eficácia nos atendimentos.

OCORRÊNCIAS

Para se ter uma dimensão da importância e dos serviços prestados à população, este ano, de janeiro a setembro, Samu [978] e APH [1.600] atenderam a 2.578 ocorrências, de dores de barriga, em crianças e idosos, a AVCs, infartos, partos e acidentes em casas, nas matas, represas, ruas e rodovias.

Em média, são 286 ocorrências/mês ou 9/dia, mas esse número pode triplicar em períodos de férias, festas de fim de ano e feriados prolongados, quando milhares de pessoas vêm para o município.

Raphaela Aparecida Rodrigues da Silva, enfermeira responsável pelo Samu em Ibiúna, informa que há basicamente dois tipos de atendimento: traumas e clínicos.

“Traumas são decorrentes de batidas de veículos, quedas de lajes, escadas, de árvores e da própria altura; clínicos são os atendimentos que fazemos em casa a idosos que passam mal, AVCs, infartos, dores de barriga, diabetes, partos e tantos outros.

A experiência, explica Raphaela, nos fez observar que no inverno há mais casos clínicos e no verão maus traumas. “No inverno, as pessoas se movimentam menos, se recolhem, e ficam sujeitas a essas condições; como os vasos sanguíneos ficam mais estreitos e enrijecidos os riscos de AVC e doenças em idosos se pronunciam.”

“No verão, as pessoas se movimentam mais, saem de suas casas, fazem passeios, fazem mais uso de bebidas alcoólicas [a principal causa de acidentes nas rodovias e estradas], procuram frequentar a represa, andar de motos e a cavalo e, assim, se expõem a acidentes, razão por que é o período em que atendemos mais casos de traumas.”

Esse conhecimento, ainda de acordo com a enfermeira responsável pelo Samu em Ibiúna, ajuda a orientar e a manter a equipe sempre alerta para fazer frente a essas variações anuais.

COMO PEDIR RESGATE

Duas viaturas atendem o serviço de resgate no município de Ibiúna. Elas estão equipadas com desfibrilador [aparelho para combater parada cardíaca], oxigênio, kit parto, medicamentos de emergência, como soros, e aparatos para acolher e transportar os pacientes.

Quando for solicitar socorro do Samu [telefone 192], as pessoas precisam saber que as ligações são atendidas por um médico na cidade de Sorocaba. Não basta ligar, “pedir uma ambulância”. É preciso explicar a situação da pessoa que está precisando de socorro. O médico faz o que se chama “regulação”. Ao ter informações sobre a situação do paciente ele adota procedimentos protocolares para orientar a equipe que despachará para o atendimento. Sabendo do que se trata e com orientação médica, os socorristas adotam medidas específicas para o que cada caso requer.

Além disso, é preciso que o endereço do resgate seja dado com a maior precisão possível, a fim de que a equipe chegue o mais rápido ao local solicitado.

No caso do pedido do socorro feito ao APH, a equipe fica no Hospital Municipal de Ibiúna e deve ser acionada por meio do telefone do próprio hospital (15) 3248-9520.

TROTES PREJUDICAM

Apesar da importância vital da tarefa que realizam, ainda, e infelizmente, ambos os serviços recebem ligações para pedir socorro que, na verdade, são trotes, praticados por pessoas que podem causar sérias consequências para alguém que está realmente precisando de atendimento.

O APH, por isso, passou a adotar um sistema de retorno, ligando de volta para o telefone que fez o chamado, a fim de confirmar sua veracidade ou se se trata de trote.

RAZÃO E EMOÇÃO

Os socorristas ouvidos por vitrine online afirmaram que realizam seu trabalho com notável dedicação, amam o que fazem e não gostariam de estar fazendo outra coisa. Aprenderam a lidar com a razão, para manter a situação sob controle e acalmar as vítimas, mas, especialmente quando se trata de crianças, a emoção pega forte e pode levar às lágrimas.

Romualdo Aparecido (Fom) Pereira do Lago, um socorrista atarracado, há anos na atividade, traz uma grande tatuagem no braço esquerdo com o símbolo do resgate.

Todos, de modo geral, se sentem orgulhosos do que fazem no dia a dia e se sentem felizes quando percebem que fizeram a diferença entre a vida e a morte para as pessoas.

CONHEÇA AS EQUIPES

A equipe do Samu que atua no município de Ibiúna é integrada por: Alexandre Pereira (técnico em enfermagem – TE); Amarildo Oliveira Leite (condutor-socorrista – CS); Ane Karine Camargo (TE), Clóvis de Camargo (enfermeiro); Evandro Cesar de Oliveira (CS); Idair Camargo (CS); Lucas Borba (TE), Marcos Mennitti (TE); Paulo Martins (CS); Raphaela Aparecida Rodrigues da Silva (enfermeira responsável pelo Samu em Ibiúna); Sandra Machado (TE); Sidnei Aparecido Silva (CS); Valmir dos Anjos Campos (TE).

A equipe do APH: Alessandro Mariano (TE); Edmilson Ferreira (CS); Fabiano José A. Dourado (TE); Francisco Cardoso de Almeida (chefe do APH); Letícia de Oliveira (TE); Luiz Camargo (CS); Marcelo T. Godtsfridt (CS); Moisés Pontes (CS); Romualdo (Fom) Aparecido Pereira do Lago.

NA TVNG

Veja também a entrevista realizada com as duas equipes de socorristas no programa “Cara a Cara com o jornalista Carlos Rossini” na TVNG. Basta clicar TVNG no Facebook para assistir ao programa. (Carlos Rossini)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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