PAPO CABEÇA – NÓS, IBIUNENSES, ESTAMOS NO MESMO BARCO; PARA ONDE ESTAMOS INDO?

Para onde nós, ibiunenses, estamos indo? Estamos à deriva ou temos um sentido claro do destino desejado ou precisamos definir uma nova orientação, ou, ainda, como nos desviaremos dos obstáculos?

Bem, essas perguntas podem parecer ambiciosas em demasia, uma vez que a população, como entidade coletiva, na realidade se comporta de modo disperso e, por isso mesmo, desorganizado.

A grande maioria dos indivíduos sociais se dedicam quase todo o tempo aos seus próprios afazeres diários, na chamada luta pela sobrevivência.

Mas são questões oportunas e necessárias, se o que se pretende é melhorar as condições de vida das pessoas em todas as faixas etárias, proporcionando condições adequadas e oportunidades de crescimento a todas elas. Este, é lógico, é um viés ideal.

Para quem, na condição de jornalista, se põe a prosear com muitos, para bem realizar seu ofício, aos poucos, mas de modo consistente, vai se delineando um panorama que reflete a realidade tanto superficial quanto aquela que faz parte da mitologia da sociedade, mas que é formada por sentimentos profundos e verdadeiros.

A propósito, há um notório descontentamento com o aparente rumo que as coisas tomaram. Dessa forma, perceba-se, entende-se que os fatos simplesmente acontecem porque têm de acontecer, sem que haja uma vontade nítida de um propósito bem definido e compartilhado. Quando esta condição existe efetivamente, as relações tendem a ser tornar mais fáceis, transparentes, possibilitando o surgimento de uma sinergia social positiva. O destino compartilhado constitui uma notável evolução no processo de gestão e realização de ações produtivas como fenômenos explícitos, percebidos e aprovados pela opinião pública.

Nesse cenário parece não haver espaço para “donos da verdade” e atitudes nebulosas, pois quem se vê nesses cenários não consegue enxergar os próprios erros e muito menos querer enxergá-los para poder corrigir-se. Quando um indivíduo se vê prisioneiro de um espelho indelicado, como a rainha que não admitia que Branca de Neve fosse mais bela do que ela, então se afasta do caminho da santidade, que torna os seres verdadeiramente melhores do que eles são, ao se libertarem das ideias inflexíveis e tirânicas das quais se tornaram escravos.

É ruinoso para todos deixar que as coisas simplesmente aconteçam até se verificar que a jornada iniciada com tantos sonhos promissores se depare ante um intransponível muro, diante o qual só restará fazer retorno, numa jornada tão frustrante quanto outras já feitas. (Carlos Rossini)

 

 

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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