HÁ 250 ANOS, CIRCO ENCANTA GERAÇÕES DE TODAS AS IDADES NO MUNDO

Desde criança, gosto de circo. Essa palavra vem do latim e significa ‘circunferência’, pela sua forma arredondada coberta de lonas. Essa “casa” de espetáculos itinerante teria surgido em Londres, na Inglaterra, em 1768, portanto há 250 anos. Nesse ano, conta-se, Philiph Astley, sargento da cavalaria inglesa decidiu exibir suas habilidades sobre o cavalo em apresentações públicas e daí surgiram outros exibicionistas também em diferentes modalidades até o circo se consolidar em uma variedade de atrações.

Suas raízes certamente já existiam há milhares de anos por conta de sonhadores, aventureiros, inventores e toda sorte de pessoas criativas, capazes de desafiar e testar atos incomuns e corajosos, como ficar fechado em cercado de ferro com leões, usando uma cadeira e um chicote para garantir obediência aos seus comandos. Às vezes eram atacados ferozmente.

O circo, com suas luzes piscantes, palhaços, domadores de animais [e os próprios animais], equilibristas, mágicos, ilusionistas, malabaristas, trapezistas e tantos outros, sempre encantou crianças [e adultos] em todo o mundo, sempre com muita alegria. Famílias inteiras se dedicaram por várias gerações a essa atividade.

O circo chegou ao Brasil no século XIX com famílias vindas da Europa. Estas famílias se manifestavam em apresentações teatrais. Os ciganos, vindos também da Europa, apresentavam-se ao público, demostrando habilidades como doma de urso e cavalos e ilusionismo.

Dos pequenos circos-teatro, com apresentações de peças teatrais populares, de arrancar lágrimas e provocar gargalhadas, aos grandes circos, como um dos mais famosos do mundo, o Cirque du Soleil, que já se apresentou em todos os continentes, o propósito é o mesmo entreter, divertir e despertar sonhos.

Seus espetáculos são revestidos de tamanha magia que parece serem apresentados por seres irreais. Como voar no alto de um lado para o outro, dar saltos “mortais” no vazio confiando nas mãos fortes e seguras dos parceiros, ainda que uma rede esticada a alguns metros do chão possam tranquilizar moderadamente a plateia.

E como não achar graça, as crianças e as pessoas de todas as idades, das brincadeiras dos palhaços, descritos como personagens líricas, inocentes, ingênuos, angélicos e frágeis?

A palavra Palhaço vem do italiano paglia, que quer dizer palha. Esse era o material usado no revestimento de colchões, dando origem, inclusive ao termo italiano pagliacci, que denomina a profissão no país.

O nome começou a ser usado porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano e revestimento dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofada nas partes mais salientes do corpo com palha, fazendo de quem a vestia um verdadeiro “colchão” ambulante. Esse revestimento de palha os protegia das constantes quedas e estripulias.

E o mágico e o ilusionista como conseguem ser mais rápidos do que nossos olhares? Como tiram coelhos, flores, pombos das cartolas ou fazem alguém levitar a alguns metros do chão?

E os domadores, como conseguem fazer um elefante sentar numa banqueta, ficar suspenso e girar sobre apenas em uma de suas patas e lançar jatos de água em direção à plateia? Coisas do circo.

Quando menino gostava tanto de circo que resolvi montar um no meu quintal. Finquei quatro caibros no chão, estiquei arames sobre os quais pendurei pedaços de lonas e me vi protagonizando um espetáculo para uma plateia invisível, mas muito atenta, do meu ponto de vista. Com o passar do tempo, vi diminuírem cada vez mais os espaços onde os circos eram montados. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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