QUE FALTA VOCÊ NOS FAZ, ALESSANDRA!

Você está presente em minha alma, no meu coração, no meu sangue e em todas as minha células, no ar que respiro. Meu amor e minha lembrança de você Alessandra estarão em mim enquanto eu viver. Muito obrigado, minha filha!

Meu coração doeu neste dia 14 de novembro, data do seu aniversário. A dor se movimentava da esquerda para a direita como um pequeníssimo cometa que seguia até certo ponto e logo evanescia. Nenhum medo da morte. Só os desavisados da vida podem temê-la.

Essa dor é a dor da ausência que somente cessará com o fim da minha consciência e da memória que lateja dentro de mim como uma inflamação.

Há poucos dias ela apareceu-me em sonho. Estava do lado de fora da janela de vidro e pela primeira vez falou comigo: “Oi, pai, você tá bem?”

No ato gritei para que minha mulher viesse vê-la também, nossa filha. Mas, quando voltei meus olhos para a janela já não estava mais ali. Era a janela de um apartamento onde morávamos em São Paulo.

Há alguns anos seu filho e nosso neto, pessoa tão encantadora e parecida com a mãe, ainda pequeno, perguntou: “Vô se eu mandar um e-mail para a minha mãe, ela vai ler?”

Meu filho e seu irmão sonha com ela, sente sua presença, sonha, chora escondido com a falta da irmã, o amor intenso de nossas vidas.

Fomos todos surpreendidos. Acreditem médicos não são deuses e vacilam além da conta no que diz respeito ao diagnóstico. O tratamento provoca efeitos e sofrimentos impiedosíssimos. Ela mesma percebeu um pequeno nódulo na mama esquerda que a levou do nosso convívio com sua presença brilhante, inteligente, responsável, amorosa, amiga leal, mãe e filha que deixou um vazio em nossas vidas.

Parte do seu corpo em forma de pó granulado foi espalhada no mar de Ubatuba, onde passou momentos felizes com sua família, parte no jardim de nossa casa em Ibiúna.

O que permanece viva carinhosamente em cada um de nós é sua imagem doce, terna, amorosa, uma dançarina apaixonada pelo forró, pela vida, educando, alfabetizando crianças em escolas da Vila Madalena e cuidando com incrível habilidade e amor de meninas portadoras da síndrome de Down.

Psicóloga infantil brilhante, cativava os pequeninos, meninas e meninas, com amor e generosidade infinitos. Seu filho, nosso neto, é seu reflexo, sua magnífica doação à vida.

Alessandra, seu menino é um cara tão apaixonante quanto você. Todos querem ficar perto dele e de sua figura simpática, atraente e amigo da melhor qualidade humana, como você. (Carlos Rossini)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *