OPINIÃO – A VERDADE É DECISIVA PARA O GOVERNO BOLSONARO

Governo é uma organização contingencial. Ele nada tem de absoluto, tudo nele é relativo. Um governo autointitulado absoluto, como as monarquias do passado ou ditaduras, significa que depende apenas de si mesmo e que não se submete a quaisquer condições e não tem restrições.

A História registra tragédias e crueldades praticadas por governos absolutistas e ditatoriais.

Os regimes democráticos são incompatíveis com posturas absolutas. Ao contrário, o cerne de sua condição é uma natureza que não existe por si mesmo, ou seja, é relativo na medida em que depende de muitas variáveis, como época, sociedade, opinião das pessoas e das forças em movimento no interior do seu território.

Dito com outras palavras, nos regimes democráticos, os governos se inserem numa proposição aparentemente absurda e paradoxal, mas considerável sob o ponto de vista do cumprimento de suas responsabilidades perante a nação. Ou seja: os temas postos em circulação podem não ser necessariamente verdadeiros nem necessariamente falsos.

Nesse contexto, o governo concretiza sua veracidade se suplantar as incertezas que predominam entre episódios simultâneos ou paralelos e alcançar eficácia na realização dos objetivos prometidos no processo que o consagrou eleitoralmente.

Sim, estamos nos referindo ao novo governo brasileiro personificado na figura de Jair Bolsonaro e que simboliza para muitos mais do que a criação de um novo Brasil, um processo de cura e cicatrização das feridas abertas por uma sequência de governantes que se locupletaram e iludiram a população.

É preciso que seu governo seja substantivo e, claro isso depende de habilidade política, em resultados percebidos e interpretados como coerentes com os compromissos públicos exaltados e que seduziram milhões de eleitores.

É notório que essa tarefa é para titãs éticos e morais, pois imensos e complexos são os problemas a serem enfrentados num país espoliado impiedosamente por figuras sinistras que se esqueceram que um país não existe sem seu povo e, mais ainda, sem que seu povo sinta segurança, felicidade e alegria de viver, tendo pago todas as contas de corruptos com ambição insaciável.

Vitorioso nas eleições, a autoridade empossada deve se purificar de todo ranço e sentimentos de repúdio, raiva ou desprezo glacial, com todos – e a maioria certamente deseja a paz e a correção dos rumos politicamente diabólicos enquistados na esfera governamental há décadas.

Naturalmente, não se pode olvidar que um possesso, em nome da própria falta de discernimento ou a mando de alguém, lhe desferiu uma facada na barriga, mas ele não representa os brasileiros que desejam um novo país em que a miséria, a falta de emprego, a precariedade dos serviços públicos de saúde, a violência fora de controle e mesmo a educação recebam um tratamento inteligente e não recheado de parti pris.

É preciso que o presidente receba a segurança necessária porque sua vida e suas decisões se refletem sobre um país com mais de duzentos milhões de almas e o mesmo deve ser considerado se fosse apenas um cidadão comum que, igualmente, precisa contar com a proteção do Estado para se garantir e garantir a vida de seus familiares.

Talvez seja oportuno lembrar que S. Exa. é presidente de todos os brasileiros e tem que se comportar como estadista exemplar para ser aprovado não apenas pela nação brasileira, mas também na comunidade internacional, pois a interdependência é uma realidade incontestável, e o Brasil precisa recuperar o respeito perdido que lhe outorgou a fama de um dos países mais corrupto do planeta.

É igualmente oportuno lembrar que o Presidente deve contribuir, com exemplos objetivos, que a “Patria Amada” precisa de uma grande reconciliação consigo mesma, para que seu governo se realize para o bem geral. Só a verdade deve ser a inspiração do sua gestão, pois é o único instrumento para neutralizar mentiras, dentro ou fora do seu governo. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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