CONSCIÊNCIA – COM ELA, VOCÊ PODE VIVER MELHOR

A mente humana é tão misteriosa quanto o Universo. Neurocientistas a estudam em todo o mundo para fazer descobertas em seus insondáveis labirintos.

Pelo andar da carruagem, teremos que esperar muito tempo para compreendê-la, além do campo da anatomia que constitui sua estrutura física, ou seja, o cérebro.

Estabelecer a correlação entre mente e cérebro que permite a criação de ideias, pensamentos, emoções e imagens é um desafio de extrema complexidade científica.

A razão pode ser resumida ao fato de que essas atividades ou estados mentais não podem ser vistos diretamente. Pode-se descrever o amor, mas esse sentimento jamais foi visto. O mesmo ocorre com as emoções e as imagens que tanto se fazem presentes em nossas vidas.

Não será exagero considerar que a maior parte do que ocorre em nossas mentes nem sequer percebemos, embora influenciem nosso comportamento diretamente.

Somos tão falhos em nossas percepções interiores quanto dos acontecimentos factuais que nos rodeiam, porque nossa mente quase sempre está “em outro lugar” divagando num movimentado mar de pensamentos, desejos, necessidades, esperanças, ressentimentos.

São afortunados todos aqueles que conseguem permanecer no tempo presente, o que exige uma autoeducação continuada para  manter a mente presentificada e conectada com a realidade em andamento. Por que não se deve dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas? Simples. Por que a mente está alterada, assim como os reflexos do motorista, além de poder adormecer no volante.

O mais comum é estarmos aprisionados em cenas do passado, em torno, por exemplo, de algum fato marcante ocorrido algumas horas antes, ou antecipando imaginariamente o futuro, pela existência seja de um mal-estar ou por um desejo de encontrar a solução para um problema.

Infelizmente, a educação formal que recebemos desde nossa infância, além de ser fragmentada e insuficiente, não se ocupa em fazer com que as pessoas se conheçam melhor para, gradativamente, formarem uma personalidade íntegra e equilibrada.

Todos os dias de nossa vida vivemos histórias inéditas estejamos onde estivermos. As histórias que protagonizamos invariavelmente ocorrem com o passar do tempo.

Toda história tem um personagem principal, você, por exemplo, dependendo das circunstâncias, que tem um objetivo que o move, mesmo que seja fazer compra num supermercado ou ir a uma consulta médica. Em geral, surge no caminho uma crise.

A crise pode se apresentar na forma de um vacilo, uma alteração, uma incerteza, uma confusão, um desentendimento, um conflito inesperado.

Nesse ponto da história, você precisa encontrar uma solução, ou pelo menos uma tentativa de resolução. Essa situação exige mudanças e adaptações mentais às vezes muito rápidas, a fim de que você consiga realizar seu intento original, que poderia ser conseguir um emprego, um empréstimo, um cuidado médico especializado, ou se reconciliar com sua namorada ou chegar a um determinado destino, conseguindo carona de um conhecido.

Temos que advertir a existência de dois consideráveis obstáculos neste momento. O primeiro reconhece que habitualmente os seres humanos agem de modo automático, quer dizer sem ter conhecimento exato dos seus atos. O segundo, parece ser o resultado da aceleração tecnológica ocorrida no mundo, que apressa o ritmo da própria vida e produz aquilo que preconiza o psiquiatra Augusto Cury: Síndrome do Pensamento Acelerado. Isto, ao nosso ver, agrava ainda mais a já escassa consciência dos indivíduos.

A palavra-chave deste breve ensaio atende pelo nome de consciência.

Somente o estado de desperto pode contribuir para que as pessoas possam melhorar sua vida real no mundo em todos os seus âmbitos de relacionamentos.

A consciência é considerada um estado mental nobre, elevado dos seres humanos. É o que pode distanciá-los de sua condição animal e ascendê-los para um estado espiritual.  É o que os torna soberanos em seus atos.

Uma pessoa consciente é aquela que sente, pensa e atua com conhecimento do que faz, sendo, portanto, autônoma.

Essas peculiaridades também fazem parte do que se pode chamar de homem maduro e responsável, tão escasso em nossa sociedade. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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