NOSSA CIDADE, NOSSO ESTADO, NOSSO PAÍS “TÃO QUE TÃO!”

Leitor tente olhar para si mesmo. Como se sente? Está satisfeito com sua cidade, com seu estado, com seu País? Como as coisas, sobretudo o comportamento dos políticos, parecem para você? Sente-se confortável, confiante, vê sentido no andamento da carruagem? Você aprova as ações das autoridades que elegeram para a cidade, para o estado e para o país? O que acha de si mesmo diante dessas circunstâncias?

Os motivos dessas perguntas fui encontrá-los muito longe no tempo e no espaço: na Grécia, há 2.500 anos. O uso da razão em nossa cultura surgiu ali entre os primeiros filósofos, homens que se esforçaram de diversos modos para buscar a verdade.

Filósofo é aquele que é amigo da sabedoria. A maior parte dos conhecimentos que regem nossas vidas se originaram quando o homem se viu espantado com a falta de explicações para todos os fenômenos naturais e, mais tarde, de nossas mentes.

As ciências naturais e humanas têm suas raízes na filosofia que está ou deveria estar orientando nossos comportamentos. Fazemos parte de uma rede complexa de relações que inclui você, os outros, as coisas e a natureza.

Se você sente mal-estar em sua existência, saiba que não está só. Essa sensação está se generalizando cada vez mais, como reflexo direto da insegurança que sentimos, com o aumento do número de suicídios, sobretudo entre jovens, e de homicídios por todo o país, desemprego, miserabilidade de milhões.

Repito aqui: nossa sociedade está doente. Se lembrarmos a definição de Saúde estabelecida pela Organização Mundial da Saúde – OMS: saúde é “o completo bem-estar biopsicossocial”. De fato, existe a dura realidade dos problemas de saúde de natureza genética, mas existe a doença que se origina na forma como a sociedade está estruturada política, econômica,  social e culturalmente.

Como já preconizavam os filósofos gregos, como Sócrates e Platão, um ambiente desequilibrado ou uma sociedade desequilibrada gerariam desequilíbrios na mente e no corpo dos seus cidadãos.

Quando era o Cosmos [a ordem] que regia o comportamento humano, havia espaço para um respeito às instituições, assim como para atitudes éticas e morais compartilhadas socialmente. Como estamos sendo regidos pelos Caos, que outro nome se poderia dar para nosso País, é apenas consequência, mesmo em pequenas cidades interioranas, que as pessoas anseiam por apoio, escuta, carinho, compreensão, atenção e, até mesmo socorro.

Infelizmente, não se vislumbra a presença de um poderoso demiurgo, ou seja, “o que trabalha para o público”, ou povo, de modo honesto, transparente e altruísta, capaz de pôr ordem no caos.

Assim, cabe a cada um de nós assumir a responsabilidade de buscar nossa liberdade e equilíbrio, a fim de tornar nossa existência mais saudável e até mesmo experimentar a felicidade, por meio da sabedoria, com aquilo que temos disponível como recurso autônomo. Caso se sinta sem forças suficientes, procure ajuda terapêutica, até que consiga encontrar o próprio caminho e seguir em frente. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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