PAREIDOLIA – AS INCRÍVEIS IMAGENS QUE NOSSA MENTE PODE “VER” NOS MAIS DIFERENTES OBJETOS

Caro leitor e cara leitora, prestem bem atenção a essa imagem. É uma fotografia tirada com a câmera de celular. O que você vê? Figuras humanas, animais, o rosto de um parente ou o quê mais?

Existe um fenômeno psicológico denominado pareidolia. Trata-se de um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem, percebido como algo distinto e com significado, isto é, uma representação mental.

De acordo com descobertas científicas, é comum ver imagens que parecem ter significado em árvores, nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, janelas embaçadas, portas de armários, entre outros objetos e lugares. Também pode acontecer com sons em músicas tocadas ao contrário, “como se dissessem algo”.

A palavra pareidolia vem do grego para, que significa ‘junto de ou ao lado de’, e eidolon, imagem, figura ou forma.

O fenômeno psíquico, diante de uma figura com dados aleatórios, pode variar segundo o ângulo do observador. Para uma criança, por exemplo, uma figura notada talvez possua formas que tragam à lembrança animais de estimação, personagens de desenhos animados ou qualquer outra coisa condizente com a faixa etária de compreensão sobre coisas.

Para uma pessoa com uma faixa etária superior, a mesma figura assume formas diferentes conforme a capacidade criativa de associação de formas.

Apesar de essa figura não ser de um rosto real, muitas pessoas podem identificar a semelhança com um, como dissemos acima.

Dependendo das figuras observadas, podem assumir um aspecto muito subjetivo que varia de observador para observador ao passo que outras mais claramente nítidas, possuem uma mesma interpretação ótica em comum entre vários observadores. Portanto, muito tem que ver com a condição psicológica de cada observador e do que se passa em sua mente.

Há uma célebre questão discutida pela filosofia: “Uma árvore existe, se você não a vê?”, por estar distante dela? Ou existe, independentemente de estar sob sua percepção visual direta?

Aparentemente, trata-se de perguntas absurdas. Como assim, é lógico que a árvore existe mesmo que não a veja? Mais complicado, um pouco: A árvore vê você, de alguma forma, sendo que se trata de um ser vivo, com existência real?

Uma corrente de pensadores acreditava que você só pode ver aquilo que aparece diante dos seus olhos. A isso se dá o nome de fenomenologia (fenômeno é tudo que tem aparência, ou forma). Bem, então é possível supor que ambos existem, tanto a árvore quanto você.

Por outro lado, a essência do que aparece diante de ti, todas as formas existentes na Natureza, jamais poderá ser objeto de seu conhecimento, pois pertence ao plano oculto dos mistérios que envolvem todos os seres. Trata-se de uma categoria oposta à primeira chamada de realidade numênica, aquilo que não se manifesta. Deus é o exemplo absoluto desse termo.

DE VOLTA AO PRINCÍPIO 

O que você vê na imagem fotográfica que apresentamos aqui: apenas uma variedade de formas sem significado algum ou, ao contrário, formas que evocam em sua mente figuras captadas pelo seu cérebro. Lembre-se de que não há nada de errado com o que capta. É apenas a constatação de que o fenômeno de pareidolia existe em todos nós.

Nos anos de 1950, o padre católico Donizetti Tavares de Lima (1882-1961), mineiro de Cassia, ficou famoso pelos milagres curas, graças e conversões na cidade de Tambaú, no interior paulista, atribuídos à Nossa Senhora Aparecida, de quem era muito devoto. Em 6 de abril de 2019, o papa Francisco reconheceu um milagre que teria ocorrido por intercessão do padre. Por isso, o sacerdote será beatificado.A fama do padre Donizetti atraiu, durante anos, milhares de pessoas de todas as partes do Brasil e até do exterior à cidade de Tambaú, que nem tinha acomodações suficientes para abrigar os peregrinos que para lá acorriam.

Milhares deles, durante as orações ao ar livre, levantavam litros de água contra Sol e muitos, nesses momentos, viam “nitidamente” a imagem da Santa, que é padroeira do Brasil, caindo em lágrimas. O autor destas linhas era adolescente nessa época e viu sua mãe, mesmo a centenas de quilômetros de distância, erguer o litro de água, sentindo-se igualmente abençoada a distância.

A beleza de fatos como esses está na infinita e misteriosa capacidade da mente humana de experimentar a fé em sua forma de sentimentos sublimes. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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