IBIÚNA – BAIXARIA POLÍTICA SE ANTECIPA À CAMPANHA ELEITORAL

Os eventuais pré-candidatos a prefeito de Ibiúna ainda nem foram homologados pelas convenções partidárias e já se notam os primeiros sinais das prováveis baixarias que comporão o lado sujo das campanhas eleitorais.

Já borraram outdoors com óleo escuro [foram três: um na entrada da cidade, um no residencial Europa e outro na saída para Piedade] reproduzem cópias de processos judicialmente comprometedores de eventual candidato nas redes sociais e o que virá ainda não se sabe.

Há muitos anos, num sábado, véspera das eleições municipais, houve um esparrama de cópias de cheques sem fundos para desqualificar moralmente certo candidato que não se elegeu, diga-se de passagem.

Publicações apócrifas com caricaturas sofríveis, comunicados espalhados nos quintais e debaixo de portas, difamações e boatos são alguns dos instrumentos utilizados sem o menor escrúpulo por grupos adversários, dentro de uma tradição política paupérrima em que todos saem prejudicados, especialmente a população do município.

Assim como há eleitores que vendem o seu voto como mercadoria de troca, por valores pecuniários até insignificantes, cestas básicas, dentaduras, óculos, sacos de cimento, há candidatos que utilizam esses mesmos objetos para esquentar o escore de votos.

Esses hábitos tendem a “perpetuar”, desclassificar e rebaixar a imagem da classe política e, pior, eleger aqueles que não poderão agir de outra forma senão pelos mesmos procedimentos aéticos e amorais que sustentam a base dos procedimentos dos que conquistam o poder pelo voto.

Aqui não se trata de defender aqueles que possam ter feito coisas incorretas e ilegais, pelas quais devem responder, mas de apontar o perigo representado por atitudes de modo rasteiro e protegido pelo anonimato, possível pelo uso esperto da web, mas de lembrar de que uma sujeira pode levar a outra.

Quem age às escondidas e pratica jogo sujo e imoral não poderá se despir dessa falta de qualidade quando assumirem o poder, seja no âmbito do Executivo ou do Legislativo. O jogo sujo faz parte do jogador e o acompanhará porque é assim que considera a forma de manter-se no poder.

Se a honestidade não pode ser uma qualidade absoluta, que pelo menos alguns a tenham como parte do seu caráter formado desde o berço como modelo de conduta e que a população conte com a sorte de escolher aqueles que se incluem nessa categoria pois, assim, o povo não continuará sendo vítimas de tantas e famigeradas irresponsabilidades públicas. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

   

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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