ESCURIDÃO – O MEDO DE ONTEM PASSOU, MAS EXISTEM MUITOS OUTROS EM NOSSA JORNADA DIÁRIA

Assisti à uma aula cujo tema era medo e agora compartilho com você leitor pelo menos uma parte do que aprendi e que pode ajudar você a lidar melhor com seus medos, já que muito poucas pessoas estão livres deles.

Comecemos por uma definição.

A palavra medo provém do termo latim metus. Trata-se de uma perturbação angustiosa perante um risco ou uma ameaça real ou imaginária. O conceito também se refere ao receio ou à apreensão que alguém tem de que venha a acontecer algo contrário àquilo que pretende.

Há uma infinidade de medos e cada pessoa tem os seus, especificamente dela. Você tem medo de quê? Já se perguntou? Como você percebe que está com medo? Ou será que nunca percebe e apenas sofre suas manifestações que afetam tanto a sua mente como seu corpo?

Já vomitou como uma consequência do medo? Já sentiu o coração bater descompassada e rapidamente no peito, suor, tremedeira, teve que ir correndo para o banheiro? Caiu em prantos, sentiu que ia desfalecer, vontade de pedir socorro? Sentiu uma incrível insegurança e perda de controle dos seus pensamentos? Bem, a lista de perguntas poderia ser imensa.

O medo faz parte da vida humana desde nossos ancestrais mais primitivos que viviam sob ameaças e riscos constantes de serem devorados por animais ferozes ou por fenômenos naturais, como tempestades e raios que provocavam mortes.

Com o passar do tempo, o medo foi mudando de formas e sobrevive até nossos dias, sem os mesmos motivos que inquietavam os primatas. Podemos presumir que um primata dificilmente sentiria medo de uma barata, de uma aranha ou de um rato. Seus inimigos naturais tinham forças descomunais, por isso os nossos antepassados longínquos tiveram que desenvolver habilidades para sobreviver em ambientes extremamente hostis.

Esses riscos desapareceram e deram lugar a outras categorias de medos, por exemplo, relacionados com inseguranças sociais, que podem começar dentro das famílias e são transmitidos de geração a geração. Por que tememos o escuro, o elevador, viajar de avião, fazer um exame médico mais complexo, perder emprego, a solidão, perder uma propriedade, de que roubem nossos carros, de assaltos. E a lista de perguntas pode ir muito além.

Os medos têm infinitas causas, muitas vezes obscuras e irreais e funções até positivas na vida das pessoas. O medo pode preparar a pessoa para agir em sua própria defesa ou de quem ama ou evitar situações arriscadas. O medo, portanto, pode ser nosso aliado, e não algo de que muitas vezes nem queremos admitir.

Bem, para encurtar a história, depois da aula resolvi fazer um exercício que, pelos benefícios que me proporcionou compartilho com você. Sinta-se livre para fazê-lo ou não. É muito simples e útil, se for feito com de um jeito que só você pode fazer por você.

Pegue uma folha de papel e uma caneta e relacione seus medos, um a um, até considerar que completou a lista, depois observe cada um dos medos como foram escritos e reflita sobre eles. De onde surgiram, quando surgiram, como surgiram em sua vida, tente perceber como passaram a fazer parte de sua existência.

Se você sentir medo de expor os seus medos para você, é provável que esse seja mais um a entrar na relação. Mas, acredite, se fizer o exercício ousada e francamente poderá conhecer muitos dos seus segredos íntimos que influenciam a sua existência num mundo imprevisível e que pode lhe causar inúmeros transtornos, muitos deles apenas fruto de sua imaginação.

Viu o que aconteceu ontem, quando o céu se tornou escuro no meio da tarde e que, para muitos prenunciavam o fim do mundo, lá no fundo, talvez, tivesse evocado o maior dos medos da humanidade: a morte. Esse medo, no caso, pode ter evocado algo que está enraizado no lugar mais profundo de nossas almas. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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