OPINIÃO POLÍTICA – NUNCA IBIÚNA PRECISOU TANTO DE BOAS NOTÍCIAS

Numa festa de filiação partidária que se realiza na manhã deste sábado (24) no centro da cidade de Ibiúna, mais um pré-candidato ao cargo de prefeito nas eleições do próximo ano será anunciado. Deverão concorrer pelo menos seis postulantes, a se considerarem as movimentações, ainda discretas, nos bastidores da política ibiunense.

Qual será a decisão da maioria dos eleitores ainda é uma incógnita distante, mas é possível refletir em torno das qualidades que revelarão o perfil do candidato mais desejado pela população, que contará como espelho de fundo as lembranças explícitas em relação ao desempenho da atual administração. Este é um fato politicamente inevitável.

Durante a campanha no ano de 2016 foram promovidos diversos debates públicos com transmissão de TV direta entre todos os pretendentes, mas até que ponto as respostas refletiram com fidedignidade cada uma das personalidades presentes?

Vitrine online acompanhou todos os debates, as expressões utilizadas, a desenvoltura expressiva dos candidatos e sobretudo procurou associá-las a padrões esperados da verdade. Os confrontos pessoais revelaram ser mais importantes do que dar provas de competência administrativa com propostas realmente realizáveis em face das anseios legítimos da população.

Prometer é uma coisa, realizar é outra. E o que o correr dos dias meses e anos nos mostrou na prática?

O plano do candidato eleito foi uma espécie de cardápio para satisfazer todas as necessidades, mas o simples cotejo com a realidade, até o momento, se mostrou indigesto, seja em relação tanto à qualidade quanto a quantidade dos produtos. Por outras palavras, o preço pago parece estar sendo além das expectativas criadas. Grande parte da população que se manifesta nas ruas e nas redes sociais está não apenas insatisfeita, como também notoriamente decepcionada.

Para que a tendência histórica, com raras exceções episódicas, vitrine online sugere a realização de um pinga fogo com cada um dos candidatos, quando a campanha for liberada, de modo que os eleitores possam fechar um diagnóstico preciso dos perfis de competência requeridos para o exercício exercer tão importante função sociopolítica.

A verdade de cada um se apresentará com provocações que possibilitem conhecer de modo transparente sua história de vida, sua visão de governo, suas propostas, seu conhecimento efetivo sobre a realidade do município e os caracteres de sua personalidade.

É muito provável que aqueles que lerem estas linhas e sejam adeptos marcados pelo ranço politicagem, da hipocrisia, da desonestidade e acredita que nada mudará no reino do faz de conta, poderão escarnecer essa ideia. No entanto, é preciso deixar claro, que a mudança de hábitos políticos e públicos em nossa cidade se tornou uma exigência popular imperativa.

Não se pode mais tratar o povo da forma como vem sendo feito diante graves e indisfarçáveis problemas nas áreas da saúde, das estradas, do lixo, do transporte público, da infame rodoviária e das obras que, faltando pouco mais de um ano de gestão, ainda não foram vistas pela sociedade ibiunense. Oxalá, estas palavras não sejam interpretadas como críticas, pois são simples constatações dos fatos.

Nunca testemunhamos tanta aspereza crítica em nossa cidade como nos últimos anos. A população se mostra perplexa e parece que nunca esteve tão carente de boas notícias. Talvez por isso a próxima eleição está sendo aguardada com um estado de ânimo cuja peculiaridade será revelada no dia 5 de outubro de 2020. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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