“NÃO TENHA MEDO DA VIDA, TENHA MEDO DE NÃO VIVÊ-LA”

O medo é uma sensação desagradável e pode ter origem fisiológica ou subjetiva [dentro de sua mente] a maior parte dele é fruto das inseguranças existenciais que sentimos, aprendido talvez em nossa infância mais remota, da forma como viemos ao mundo e como este foi percebido por nós.

Existem indivíduos para os quais o medo nada significa e nem os impede de realizar aventuras extremas, com risco de morte, como os saltos de montanhas com roupas de morcego, adrenalina pura. Mas, a maioria tem algum tipo de medo, que é uma forma de enfrentar as ameaças reais ou imaginárias e afeta mais ou menos de acordo com os elementos mentais constitutivos dos indivíduos.

A lista de medos ou fobias já classificados e nomeados talvez jamais se complete em função das singularidades próprias de cada pessoa com a possibilidade de existir uma infinidade deles. O medo tem poder paralisante e afeta toda a pessoa e corrói sua consciência de tal modo que a remove da realidade de forma impressionante.

Às vezes uma pessoa sente dois medos característicos: pavor de lugares fechados e da solidão, sobre os quais, a partir de agora, passo a compartilhar uma reflexão que talvez possa lhe ajudar, em algum momento de sua vida. O medo de lugares fechados chama-se claustrofobia que pode provocar reações de pânico. O medo da solidão chama-se autofobia, que inclui sentimento de abandono, com uma ansiedade imprecisa.

Se ele se torna muito intenso pode dar origem ao que se chama de “angústia existencial”.

Tanto um quanto o outro estão relacionados com processos de ansiedade, uma sensação de estar constantemente ameaçado ou habitado pelo vazio.

Mas, da mesma forma que a solidão possa ser um momento importante para o crescimento individual, para ter uma boa e produtiva conversa consigo mesma como um estado solitude, um momento de privacidade não diretamente associada a sofrimento.

A boa notícia para todos que sofrem esses transtornos é que existem tratamentos psiquiátricos e psicológicos que proporcionam ótimos resultados, muitas vezes com superação desses problemas que se incluem entre os sofrimentos mais devastadores da humanidade.

A Filosofia Clínica, sistematizada por um brasileiro há cerca de vinte anos, lida com as mais variadas formas de medo a partir do conhecimento da história de vida das pessoas narradas por elas mesmas, por meio dos chamados “agendamentos mínimos”, isto é, com a menor interferência possível em sua espontaneidade narrativa. Ou seja, a própria pessoa acaba descobrindo em suas profundezas as origens de suas angústias.

Atrevi-me a compartilhar com você estas linhas na condição de pós-graduando em Filosofia Clínica e estar enfrentando sozinho os meus próprios medos, atitude que exigem a coragem de reconhecer seus medos e buscar ajuda especializada, pois a vida é um raro presente e precisa ser vivida com amor, alegria, amizade, solidariedade e respeitando seu jeito de ser no mundo.

O medo claustrofóbico [de lugares fechados] ou da solidão [autofóbico] podem ser seus aliados, por lhe avisarem do seu próprio estado e dos cuidados que deve ter consigo mesmo. Não tenha medo de procurar ajuda é um bom começo, não acha?

Agora, deixo as palavras do psiquiatra e escritor Augusto Cury, e compartilho com ele o mesmo desejo:

“Desejo que você
Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.
Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.
Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.
Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.
Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,
Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.
Seja um debatedor de ideias. Lute pelo que você ama.
(Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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