PONTO DE VISTA – O QUE O POVO IBIUNENSE SENTE QUANDO PENSA EM SUA CIDADE
Um dos subprodutos da experiência jornalística, e me refiro especificamente ao meu trabalho no município de Ibiúna, onde edito a vitrine online, é o conhecimento acumulado das entrevistas, do relatos dos fatos observados, da conversa diária com os cidadãos.
Ainda que esteja sujeito a dúvidas, a equívocos, a falhas interpretativas, a problemas de expressividade, é possível traçar um perfil dos sentimentos da população, ainda que seja incompleto e às vezes impreciso por falta de elementos que não sejam manifestados com clareza ou sejam mantidos entre temas considerados tabus.
Então, o jornalista se pergunta: o que quer, afinal, o povo ibiunense? Que caminho ele trilha, mesmo sem perceber, no seu dia a dia? O que espera ou deseja que aconteça? Que destino imagina em sua trajetória, já que muitas coisas não dependem de suas ações e sim das autoridades? Ou, ao contrário, o que deixa de fazer e que deveria fazer porque exatamente depende de suas atitudes para que algo aconteça? Por que se sente impotente para agir?
Então, vai aqui uma tentativa de interpretação para possíveis respostas a essas indagações tão necessárias, do meu ponto de vista.
- O povo de Ibiúna quer ser feliz e ter uma existência mais tranquila, sentir-se seguro, ter empregos, principalmente para os jovens;
- Quer ser bem tratado e respeitado como merece em seus anseios mais profundos;
- Quer ser ouvido em suas queixas e obter respostas objetivas e concretas das autoridades, que assim se denominam por terem recebido o poder por meio do voto;
- O povo, e isso é público e notório, quer mudanças palpáveis, traduzidas como melhorias, principalmente no setor da saúde, transporte público de qualidade, das estradas, da coleta do lixo, da segurança; em suma quer que as coisas funcionem como deve ser;
- Há um desassossego evidente desde o momento em que percebeu que a esperança surgida em 2016, com as eleições municipais, se dissolveu diante dos seus olhos;
- Nota-se numa parcela da população a descrença generalizada em relação aos políticos que não cumprem suas promessas e se distanciam dos seus eleitores-cidadãos, quando estes buscam ser ouvidos em suas reclamações legítimas;
- O povo sentiu na carne a desconstrução de um sonho que os levou às urnas e volta para as suas casas com o sentimento de uma torcida que vê seu time do coração perder uma partida decisiva no campeonato;
- Por último, mas não menos importante, há também um contingente humano expressivo que mantém um otimismo positivo em relação ao futuro e crê firmemente que a mudança tão sonhada virá, o que significa que uma semente de esperança já está plantada, porque o povo é muito maior, como uma totalidade, de que uma pequeníssima parcela que assume funções importantes mas, felizmente, por um período de tempo que flui cada vez mais rápido.
Um novo destino está sendo traçado nas almas das pessoas, mesmo naquelas pessoas mais simples e humildes que estão despertando e abrindo os olhos para que seus direitos de cidadania, que é soberana, sejam respeitados. Por que, se me permitirem uma licença poética, o povo está de saco cheio do que vê e sente todo santo dia. (Carlos Rossini é edito de vitrine online)