EDITORIAL – LIBERDADE DE EXPRESSÃO

A somatória dos olhos e das palavras de muitos é infinitamente maior do que os de um grupelho que usa artimanhas sórdidas e até mesmo perversas para fazer calar aqueles que sabem cumprir suas funções profissionais com dignidade e respeito ao próximo.

Ainda, e felizmente, temos uma Constituição que assegura o exercício livre da expressão manifesta com responsabilidade e competência em todo o território nacional.

Assim, se interpreta a liberdade de expressão a partir do que consagra a Carta Magna do Brasil: é apanágio [condição] da natureza racional do indivíduo e é o direito de qualquer um manifestar, livremente, opiniões, ideias e pensamentos pessoais sem medo de retaliação ou censura por parte do governo ou de outros membros da sociedade.

Todos sabemos que há direitos e deveres aí implícitos e aqueles que transgredirem a normatização legal ficam sujeitos às penalidades correspondentes a cada caso.

Além desse contexto, existe o Código de Ética que disciplina as atividades positivas do jornalismo.

Isto posto, é oportuno mencionar que, mais uma vez, vitrine online é vítima de indivíduos descontentes com suas publicações, que, aparentemente, desagradam algumas autoridades locais, ainda que sem motivo justificável.

Mais uma vez denunciaram a revista ao Facebook sob o falso e insustentável pretexto de que teria publicado notícias que ferem as normas adotadas pelo Facebook que é uma mídia e rede social com mais de 2 bilhões de usuários no mundo.

Ainda que se situe numa escala infinitamente modesta em proporção, com sede no município de Ibiúna, vitrine online é um serviço público à população. Qualquer pessoa que, por qualquer razão, se sinta com algum desmerecimento da publicação, pode, e deve, se manifestar. Não é necessário pedido de direito de resposta para que seus argumentos sejam igualmente publicados.

O cuidado profissional que tomamos antes de publicar uma notícia, ouvindo as fontes envolvidas, comparecendo aos locais em que os fatos ocorrem, procurando ouvir a posição dos personagens citados é uma conduta de rotina.

Acontece que as autoridades preferem não se manifestar e não há como impor que isso seja feito. Isso ocorre com uma frequência desanimadora. Já se sabe, de antemão, que não haverá resposta alguma, exceto nos casos em que se sintam seguras de não correr riscos de retrucação.

Errar, diz o axioma, é humano. Todos podemos errar, cometer equívocos, mas igualmente devemos corrigi-los. O que é inadmissível é o uso de práticas sorrateiras, maldosas e ridículas quando não podem refutar o que é irrefutável. Buscar no Facebook por modos escusos não é a melhor maneira de se viver num regime democrático e com as leis em vigor.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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