IBIÚNA – CÂMARA E EXECUTIVO CHEGAM AO ÚLTIMO ANO DO MANDATO
A última sessão deste ano na Câmara Municipal de Ibiúna se realizará nesta terça-feira (10).
Uma das pautas a serem apreciadas é o projeto de lei encaminhado pelo chefe do Executivo que institui o “Auxílio-Alimentação”, com pagamento de R$ 9,10, por dia efeivamente trabalhado pelos servidores, em vez de reajuste pelo índice da inflação nos últimos meses para todo o funcionalismo, estimado em 3,33%, de acordo com o IPCA, como determina a legislação federal.
Caso seja aprovado, significará algo em torno de R$ 200,00 por vinte e dois dias trablhados, deixará de onerar o Executivo em relação a férias, 13º, FGTS e nas aposentadorias de servidores.
Em seguida, o Legislativo entra em recesso que se estenderá até o dia 3 de fevereiro.
As atividades regimentais serão retomadas no dia 4 de fevereiro, com a novidade de que a Mesa da Câmara, que dirige as atividades parlamentares, estará constituída por maioria de vereadores [4 a 1] que compõem a base oposicionista.
O que acontecerá na prática, nas relações entre o parlamento municipal e o Executivo, ainda é uma questão imponderável.
Em suma, o terceiro ano de gestão tanto na Câmara quanto no Executivo chega ao último ano de mandato. O que foi realizado, ou não, é página virada.
Em 2020, no dia 5 de outubro, haverá eleições para prefeito, vice e vereadores e se espera que a população ibiunense saiba fazer as melhores escolhas, dentro do quadro daqueles que vão disputar esses cargos.
Um balanço das aparências desse triênio apresenta um cenário lamentável em todos os setores que competem às autoridades públicas: saúde, lixo, estradas, segurança, educação, obras, iluminação pública, atrasos de pagamento – motivos de infinitas queixas muitas vezes exasperadas dos cidadãos.
Com razão, o povo que esperava ver suas esperanças e anseios se concretizarem, mas, ao contrário, viu se estabelecer um panorama notoriamente decepcionante. A esperança nos iludiu.
Se a tendência histórica se mantiver vegetativa, isto é, se tudo continuar dentro dos mesmos procedimentos, tanto por parte do Executivo quanto do Legislativo, somente atitudes excepcionais e surpreendentes poderão provocar algum efeito prático, o que parece pouco provável. Não se maneja bem com a comunicação pública.
As relações recíprocas entre a base situacionista majoritária e o prefeito podem repetir o mesmo padrão de conduta e, se assim for, o povo continuará pagando os tributos dos equívocos ou mesmo incompetência, por parte das autoridades públicas ibiunenses.
Numa escala imaginária de 0 a 10, é possível perceber que quase todos chegamos ao topo na reprovação do que vimos assistindo até agora.
Esperar por melhorias substanciais seria um devaneio, algo como sonhar acordado e distante da realidade previsível.
O povo ibiunense está despertando, como alguns imaginam, a fim de alimentar uma esperança, e mostrará sua vontade pela mudança desejada, isto é, a maioria dos eleitores terão a clareza necessária para fazer as transformações necessárias por meio dos seus votos?
Os candidatos que estarão prontos e aptos para exercer suas funções com competência, honestidade e transparência? Ou se repetirá a história de uma equação mal resolvida: esperança, decepção e uma constelação de frustrações?
As paredes do Paço e da Câmara deveriam ser de vidro para permitir uma transparência que é referida, mas na prática é rara, exceto nos casos em que há interesses unilaterais dos políticos.
Vejamos alguns assuntos polêmicos que serão postos na mesa como parte da agenda de 2020 da Câmara Municipal.
O processo relativo à denúncia que pede a cassação do prefeito terá sequência? A população será informada dos motivos por que será rejeitada e arquivada ou aprovada?
A CPI do Lixo fará revelações surpreendentes relacionadas aos bastidores desse problema grave vivido pela população?
A Comissão Permanente que tem, entre suas atribuições, cuidar dos assuntos relacionados à saúde pública tomará alguma atitude proativa em relação aos graves problemas campeões das queixas populares?
Quais serão efeitos concretos dos empréstimos de R$ 18,6 milhões, solicitados pelo Executivo e autorizados pela Câmara Municipal, para aquisição de máquinas, caminhões e equipamentos, execução de obras de infraestrutura urbana e modernização da administração pública?
Cremos que essas indagações sejam oportunas, porque a nota referente ao quesito comunicação e relacionamento com a população beira o zero em todo o triênio percorrido, por falta de transparência efetiva, direito constitucional da sociedade, mas deixado em segundo plano por conveniência dos mandatários.
A esperança somente faz sentido quando as promessas e compromissos se transformam em ação e dão resultados percebidos claramente aos olhos dos munícipes. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)