POLÍTICA – AINDA NÃO HÁ SINAIS DO “PRÍNCIPE”* QUE IRÁ GOVERNAR IBIÚNA A PARTIR DE 2021

Ibiúna deverá escolher um novo “príncipe” para o governo municipal. Isso acontecerá no dia 4 de outubro, quando será convocada para ir às urnas.

Em duas ocasiões anteriores conseguimos prever com acerto quem seriam os eleitos. Foram os casos do coronel Darcy Pereira e de João Mello.

As circunstâncias eram favoráveis para os dois candidatos. Ambos representavam a esperança de que fariam um bom governo, já que a população estava saturada da mesmice que caracterizou uma sucessão de governantes que atuaram de modo insatisfatório.

Acertaram em alguns aspectos e erraram em muitos outros. O povo queria algo diferente e, por isso, acreditou tanto em Pereira quanto em Mello. O coronel faleceu poucos meses depois de ter assumido o poder de um infarto fulminante em seu Gabinete, o que consternou a população. Mello está no seu último ano de mandato e sua imagem pública está marcada por intensas frustrações, embora tenha anunciado que sairá para a reeleição.

Ao contrário das vezes anteriores, este escriba, até o presente momento, não identificou um “príncipe” que encantará o eleitorado. Umas das razões é que o quadro dos postulantes ainda não está definido. A partir de fevereiro, novos nomes surgirão, além dos três pré-candidatos já anunciados.

Todos aguardam, em silêncio “tumular”, como dissemos em outro artigo, o que consideram a “hora certa” de se apresentarem à sociedade, juntos com seus parceiros de chapa. Os três pré-candidatos cada um com suas estratégias, corretas ou não, já atuam com o propósito de angariar simpatias e aliados.

A campanha do coronel Darcy Pereira foi a das mais singelas e econômicas já verificadas até agora. Seu jeito simples de se relacionar com as pessoas criou um clima de identificação popular notória com o candidato. Desconhecemos os recursos financeiros investidos por Mello na campanha eleitoral. Tinha a seu favor o fato de ser médico e de não ter ocupado o cargo anteriormente e, portanto, estava relativamente livre de pré-julgamentos.

Com a precariedade crônica do atendimento no Hospital Municipal e nos postos de saúde era uma promessa de que tinha todas as qualificações para investir sua energia na melhoria da saúde pública, fato que não se confirmou até o presente; ao invés, é o principal motivo de ataques virulentos ao seu governo.

A desistência surpreendente de concorrer ao cargo de prefeito anunciada pelo ex-vereador Paulo Sasaki provocou uma reviravolta no cenário político.

Nas eleições municipais de 2016, Sasaki ficou em terceiro lugar, com 8.773 votos, e o prof. Eduardo Anselmo, em quarto, com 5.111 sufrágios. Em 2014, quando se candidatou a deputado federal pelo PTB, partido ao qual está filiado há 19 anos, conquistou 10.443 votos.

As informações que corriam nos bastidores indicavam uma possível dobradinha entre Sasaki e Eduardo Anselmo, com grande chance de chegar lá. Se permanecessem o número de votos de ambos chegaríamos ao total de 14.284, bem acima dos recebidos por João Mello, que recebeu exatos 11.463 votos. Pela aparência da opinião pública, dificilmente repetirá esse escore. Fábio Bello, então inelegível, recebeu 9.459 e vem dizendo em surdina que irá se candidatar.

Outro acontecimento político que chamou a atenção recentemente foi a filiação ao Progressistas do presidente da Cetril, Nélio Leite. Sua possível pré-candidatura passou a ser considerada, provocando reavaliações de condutas dos grupos políticos locais.

Esses dois fatos estimularam ainda mais as agremiações partidárias a procurarem a adesão do maior número possível de aliados e as pré-candidaturas do vereador e empresário Charles Guimarães (PSL) e de Mário Pires de Oliveira Filho (Avante), advogado da Cetril, se tornaram focos de especulações políticas. O advogado Renan Godinho, pré-candidato pelo Podemos, segue seu curso discreto realizando reuniões nos bairros.

Enfim, os dados disponíveis não oferecem condições para perceber com clareza quem será o próximo “príncipe” a governar Ibiúna. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

(*) A palavra “príncipe”, nesta matéria, tem o significado de “capacidade política”

 

 

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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