PRISÃO DE QUEIROZ NA CASA DO ADVOGADO DA FAMÍLIA BOLSONARO APONTA PARA UM CENÁRIO TENEBROSO

A surpreendente prisão na manhã da quinta-feira (18) de Fabrício Queiroz, assessor do senador Flávio Bolsonaro na casa do advogado tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto do seu filho Flávio, Frederick Wassef, na cidade de Atibaia, é o fio da meada que deverá lançar luzes num cenário tenebroso a ser desvelado pela Justiça.

A notícia se espalhou imediatamente em todo o país como uma bomba tão retumbante quanto comprometedora para os personagens envolvidos, Flávio e Wassef, e a mulher de Queiroz, considerada foragida, entre outros personagens supostamente envolvidos com o crime intitulado “rachadinha”, dinheiro que era retirado dos salários dos funcionários do gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, com gerenciamento de Queiroz na Assembleia Legislativa carioca.

Em pelo menos duas entrevistas televisivas, uma das quais para uma jornalista da Globonews, meses antes da prisão, Wassef foi categórico em dizer que não sabia do paradeiro de Queiroz, pois não era seu advogado. Aliás, Queiroz não apenas estava há cerca de um ano em sua chácara de Atibaia como a casa tinha em sua fachada uma placa indicando ser ali um escritório de advocacia, que, por essa razão, era considerado um local inviolável. Baita ironia!

Doente, Queiroz se encontra preso em uma cela num presidio de segurança máxima em Bangu no Rio de Janeiro, onde deverá permanecer isolado por catorze dias, devido à pandemia de coronavírus, distante de sua família, em especial de suas duas filhas.

Segundo analistas políticos, Queiroz não estava simplesmente escondido, mas mantido ali por interessados em evitar que sua prisão ocorresse, porque ela, dependendo do grau de resistência emocional e física de Queiroz, pode levá-lo um possível desespero [ele já teria chorado em sua cela] que, num ato de autoproteção, poderá conduzi-lo a fazer delações que cairão como raios sobre a cabeça de poderosos que se encontram visivelmente preocupados, exatamente com isso.

Jair Bolsonaro, em brevíssima declaração, já disse que não tem nada que ver com o caso que ele considera “encerrado”. Wassef terá que se manifestar pois sua implicação com o caso é arrasadora. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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