HOJE É DIA MUNDIAL DO TURISMO; O QUE IBIÚNA TEM PARA COMEMORAR?

A pandemia da Covid-19 afetou todas as atividades humanas em todo o mundo, obviamente incluídas as ações econômicas que, gradativamente, poderão ir se recompondo à medida que o coronavírus estiver sob controle.

O turismo se constitui numa das mais importantes atividades econômicas da atualidade em todo o mundo, no setor terciário (serviços) da economia, igualmente foi fortemente afetado.

Hoje (27) se comemora o Dia Mundial do Turismo. A data foi oficialmente estabelecida pela Organização Mundial do Turismo – OMT em 1980, logo depois de seu estatuto ser constituído.

Pois bem. O município de Ibiúna é oficialmente uma estância turística desde o ano 2000, ou seja, há vinte anos e, por isso mesmo, recebe verbas oficiais do governo estadual para implementar infraestrutura indispensável para receber turistas e lhes proporcionar condições de bons serviços, incluindo atrações, diversões, lazer e hospedagem.

Nesses vinte anos, descontando os empreendimentos de natureza privada, nada foi feito pelo poder público local que justifique esse título e esse é um fato que deve ser tratado com todo carinho pelos candidatos tanto a cargos do Executivo quanto do Legislativo de Ibiúna, a fim de que se possa superar o estado vergonhoso do ponto de vista turístico que dura décadas.

O que dizer da rodoviária, construída há trinta anos e que, por tudo o que se observa ali, causa ojeriza em seus usuários, sejam munícipes ou visitantes da cidade. É um local que provoca asco!

O que dizer da ciclovia, uma famigerada e interminável obra que se destinou a servir de local para prática de caminhada ou de bike, que absorveu mais de R$ 5 milhões e se encontra numa situação deplorável. Havia a esperança de que o atual governo concluísse, afinal, a obra, mas pelo andamento da carruagem isso não vai acontecer, pois foi para as calendas.

O que dizer da poluição por esgoto dos córregos, rios, cachoeiras e da grande represa Itupararanga que, de qualquer forma, continua sendo uma fonte de atração, mas sem uma forma organizada, controlada e segura para seus usuários?

O que dizer do problema crônico com enormes acúmulos de lixos pelas estradas e bairros, que formam imagens nem um pouco atraentes por quem trafega ou faz uma caminhada por elas?

É doloroso comparar, por exemplo, a estrutura turística de São Roque com o qual Ibiúna faz divisa, com a inexistente aqui. A começar a Estrada do Vinho que atrai milhares de pessoas nos fins de semana, atendida por diversos restaurantes e locais para diversão e lazer. Há belas paisagens e cachoeiras lindas em Ibiúna que estão fora da atenção pública.

Nesses vinte anos, não houve ou terá sido inócuo um plano executivo específico para o município de Ibiúna. O que dizer da situação do Alto da Figueira, o ponto mais elevado que permite uma vista panorâmica da cidade, como ocorre em um morro em Campos do Jordão, onde há um teleférico? A ciclovia da pequenina Águas de São Pedro, bem feita, fica no meio de um amplo jardim.

Resta somente a natureza, cantada em prosa e verso, como o hino “Noiva Azul”, mas nada além disso que possa constituir uma fonte contínua de divisas trazidas pelos turistas e que poderiam robustecer o comércio local, gerar empregos e incentivar a formação de mão de obra especializada em turismo, desde que houvesse chances práticas de empregabilidade.

Tomara que, com as eleições no dia 15 de novembro, surjam novas autoridades que se comprometam efetivamente com o fomento do turismo, incluindo o setor agrícola que continua sendo o motor econômico do município. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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