IBIÚNA – REFORMA DA RODOVIÁRIA DEVERIA ESTAR CONCLUÍDA NESTA QUINTA-FEIRA

A reforma da rodoviária de Ibiúna, pelo contrato firmado com a Caixa Econômica Federal, deveria estar concluída hoje, dia 14 de julho de 2022.

No entanto, pelo que se verifica no atual estágio da obra, deverá atrasar alguns meses, mas não se sabe quantos, pois a Prefeitura não presta informação à população, apenas diz que a obra está sendo tocada “a pleno vapor”.

Se não houver nenhum termo aditivo da obra, pelo qual o valor investido pode ser aumentado, ela terá um custo de exatos R$ 4.511.299,03, com verba destinada pelo Ministério do Turismo, com prazo de execução de 9 meses e 14 dias.

Até hoje, a empresa contratada pela sua realização – MCJ – Ferraro Empreendimentos Ltda, com sede na cidade de Conchas, no interior de São Paulo – consumiu 8 meses e 14 dias.

Segundo vitrine online apurou, e publicou no dia 19 de março último, o proprietário da empreiteira chegou a redigir um documento denunciando o atraso de pagamento [no montante aproximado de R$ 750 mil à época], que pretendia protocolar na Prefeitura no dia 21 de fevereiro, uma segunda-feira.

No entanto, nesse mesmo dia, informado no sábado desse fato, o prefeito, junto com assessores, foi até a obra e teria prometido solucionar o caso na quarta-feira, dia 23. Depois disso, a obra foi retomada.

A ideia alternativa do dono da MCJ, se não recebesse os pagamentos atrasados, era deixar dois ou três funcionários tocando a obra em banho-maria, a fim de não sofrer sanções contratuais por paralisação unilateral, caso decidisse mesmo interromper as atividades.

POVO NA RUA

Pontos de ônibus na Rua Guarani geraram muito desconforto à população

Conforme vitrine online publicou, por vídeos e notícias, os usuários do sistema de transporte público de Ibiúna passaram a se dirigir para a Rua Guarani, no centro, para onde foram transferidos os pontos, e, por oito meses e catorze dias, vêm sendo sofrendo debaixo de sol escaldante, chuva, frio e poeira.

Nenhuma autoridade municipal efetivamente teve a sensibilidade de ofertar outro lugar mais confortável para a população, já que aquele trecho da Rua Guarani se mostrou, na opinião de muitos usuários, notoriamente inadequado.

Poucos dias depois da transferência dos pontos para a Rua Guarani, vitrine online noticiou o afundamento da pista ao longo do trecho onde, porque o piso da rua não suportou o peso dos ônibus, o surgimento de diversos buracos grandes que ampliaram as dificuldades de acesso para os ônibus ou descida para a calçada especialmente aos idosos, crianças e portadores de dificuldade de locomoção.

A Prefeitura atribuiu a responsailidade à Sabesp que terá feito um há anos encanamento no local sem prever que ali seria um improvisado terminal de ônibus da cidade e que o material instalado naquele lado da rua não suportaria o peso de veículos mais pesados. Dias depois do ocorrido, a empresa então fez o reparo.

Mas, como se verificou e noticiamos, outros se formaram em pontos diferentes e também do ouro lado da rua. Demorou para serem reparados pela prefeitura, o que somente aconteceu depois que a vereadora Rozi da Farmácia encaminhou ofício ao prefeito no dia 8 de fevereiro.

Nesse período, um homem foi a óbito no local quando esperava pela chegada de ônibus e diversas pessoas, principalmente mulheres, passaram mal e foram resgatadas no local por ambulâncias do Samu/APH e levadas ao Hospital Municipal.

Demorou para que houvesse informação adequada para as pessoas localizarem os pontos de ônibus de seus bairros, observando-se no início uma situação caótica por busca por orientações, sobretudo por pessoas muito simples, aos fiscais das linhas ou mesmo para aos lojistas da rua.

Indicação precária deixou os usuários confusos quando aos locais onde esperar os ônibus

Ouvimos dezenas de usuários, a maioria se sentindo impotente para mudar a situação, que se queixaram das condições a que foram submetidos impiedosamente. Ouvimos até mesmo muitos palavrões contra o Executivo. “Estamos sendo tratados como lixo”, desabafou uma idosa.

Na sessão da Câmara Municipal de 15 de fevereiro a vereadora Rozi Aparecida Soares Machado apresentou requerimento para que o prefeito Paulo Sasaki prestasse informações e apresentasse documentos sobre “as péssimas condições da Rua Guarani”. A parlamentar ibiunense, rara voz a tratar do assunto, também qualificou a situação de “caótica e horrível”.

Até hoje a vereadora não recebeu resposta alguma do Executivo, isto porque o vereador Devanil Andrade, da base aliada do prefeito, pediu discussão e isso trava o trâmite do questionamento. Aliás, esse procedimento é muito comum por parte dos parlamentares da base aliada, numericamente a maior que se observou pelo menos na última década, graças à astúcia política de certa autoridade municipal.

ORIENTAÇÃO AO PÚBLICO

No dia 7 de dezembro de 2021, depois que vitrine online postou um vídeo sob o título “Ibiúna – Usuários de ônibus estão por conta da própria sorte na Rua Guarani”, a Prefeitura divulgou um anúncio de “Orientação aos usuários de ônibus”

Sucintamente, a Prefeitura orientava que os passageiros se abrigassem e aguardassem no interior do Mercadão Municipal “principalmente nos dias de altas temperaturas ou chuva” até o momento do embarque. O anúncio também informava que as autoridades estavam “estudando a melhor forma para que os usuários se sentissem protegidos e confortáveis enquanto esperavam os ônibus”.

Do ponto de vista prático, no entanto, tudo continuou na mesma.

INFORMAÇÕES REMOVIDAS

Esta é a placa oficial original da reforma da rodoviária
Placa fotografada em 13.7.2022: informações foram suprimidas

Ontem (13) se observava que duas tarjas pretas foram aplicadas sobre duas informações que constavam da placa oficial da obra:  com indicações sobre a obra: uma suprimiu o mapa do Brasil ao lado do qual havia a seguinte inscrição: “Pátria Amada Brasil – Governo Federal”; outra, encobriu o endereço pare denúncias, reclamações e elogios, ou seja, ouvidoria.gov.br. Não se sabe a razão dessa intervenção que foram vistas em outras obras em andamento no município.

Também ontem, quando o grande portão da obra estava aberto permitindo visualizar o andamento da obra, o repórter de vitrine online aproveitou para tirar uma fotografia. Nesse momento um operário gritou: “Vamo (sic) parar de tirar fotografia aí, ô”. Em seguida fecharam o portão. (C.J.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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